Verão e baixas precipitações aumentam o risco de incêndio e alertam para cuidados diários

Corpo de Bombeiros de Passo Fundo realiza cerca de três atendimentos de fogo em mato por dia; só em dezembro foram 357 ocorrências

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Incêndios em vegetação rasteira e em mato são os principais atendimentos realizados no verão. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)Incêndios em vegetação rasteira e em mato são os principais atendimentos realizados no verão. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)
Incêndios em vegetação rasteira e em mato são os principais atendimentos realizados no verão. (Foto: Luciano Breitkreitz/ON)
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Com chuvas escassas e temperaturas alcançando médias de 35ºC a 40ºC, os riscos de incêndios se tornam mais altos, principalmente em matos, vegetações rasteiras e lixeiras. Segundo informações do 7º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) de Passo Fundo, estão sendo realizados, diariamente, cerca de três atendimentos de controle de fogo em mato, número considerado alto se comparado a outros períodos. Só em dezembro, o batalhão recebeu 357 ocorrências de incêndio em vegetação. Cerca de seis incêndios em residência são atendidos por mês.

 

Queima inadequada

Dentre os agentes que podem vir a provocar incêndios, o Sargento do 7º BBM de Passo Fundo, Márcio Antônio Maggioni, pontua a limpeza de terrenos abandonados, onde são reunidos entulhos, galhos e folhagens, que são deixados para secar e posteriormente fazer a queima, mas que se tornam um perigo. “As pessoas acabam colocando fogo para fazer a limpeza e esse fogo acaba tomando proporções grandes e o pessoal não consegue controlar”, explica, alertando que a prática é proibida, assim como a queima de qualquer outro resíduo, sendo indicado colocar os materiais em sacos e realizar a destinação correta.

 

Trabalho em conjunto nas lavouras

O fogo em vegetação preocupa nas lavouras, considerando que produtores rurais já registram perdas em suas áreas devido à estiagem. Esse risco se soma ao da perda de maquinários, visto que, dependendo a altura que a planta cultivada se encontra, existe a possibilidade de o fogo alcançar e atingir, por exemplo, uma mangueira de combustível e provocar um incêndio no veículo. Entretanto, Márcio Maggioni pontua que isso raramente acontece, porque os produtores rapidamente afastam os maquinários e fazem um “aceiro”, que evita a propagação do fogo. “O aceiro é como se você fizesse uma rua entre o incêndio vindo e o lugar para onde ele está indo, assim ele não consegue passar para o outro lado, dar o segmento e acaba sendo debelado por não ter o que queimar”, esclarece o sargento. Quando são recebidas ligações desse gênero, ele complementa que logo é solicitado algum maquinário para que se tenha o suporte e a propriedade ou lavoura consiga ser salva.

 

Prevenção evita o fogo nas fábricas

Dentro da cidade, a preocupação se torna maior nas residências porque, geralmente, fábricas e centros que utilizam de muita energia elétrica realizam um trabalho técnico que dimensiona de maneira adequada a energia para que não ocorra sobrecarga nos equipamentos. Caso isso ainda ocorra, a maioria possui dispositivos que fazem o disjuntor do local “cair” tornando possível resolver o problema antes que tome proporções maiores.

 

Atenção à madeira

Entre as fontes de calor que devem ser cuidadas nas casas, principalmente as de madeira, estão as churrasqueiras, onde chamas que não foram devidamente apagadas podem se alastrar rapidamente. “É importante verificar se as chamas estão bem apagadas nesses dias de calor e também tomar o cuidado de não colocar fogo próximo a casa. Tivemos um caso, inclusive, que montaram com tijolos uma churrasqueira muito próxima da casa de madeira e acabou pegando fogo na casa”, relatou Maggioni.

 

Cuidados dentro do lar

Algumas medidas apontadas pelo Sargento do Corpo de Bombeiros de Passo fundo e que podem evitar problemas futuros são verificar a fiação elétrica da residência; desligar o botijão de gás e equipamentos elétricos durante a noite; não manter celulares e notebooks carregando durante toda a noite; evitar a sobrecarga elétrica da fiação com o uso de vários equipamentos em uma só tomada, o que pode gerar um curto circuito; e não deixar guimbas de cigarro em superfícies que possam gerar fogo, como mesas e tapetes. Além disso, é importante verificar, após cozinhar, se todas as bocas do fogão estão desligadas. “As pessoas às vezes ligam para nós dizendo que há um incêndio em um apartamento. A gente chega lá, tem bastante fumaça, abre a porta e tem uma panela incendiada em cima do fogão”, comenta o sargento, acrescentando que os fósforos e isqueiros utilizados também devem ser mantidos em locais seguros, principalmente se há crianças na casa, que pela curiosidade, podem vir a provocar algum foco de incêndio.


Fogo: o que fazer? 

A orientação é sempre manter uma mangueira de jardim nos arredores da casa ou baldes, caso um princípio de incêndio possa surgir, de modo a controlar o fogo e evitar que se alastre enquanto o corpo de bombeiros se encaminha para o local. Além de sempre ser indicado, quando observado o início de fogo em qualquer vegetação, jogar água no local. “Se alguém passar por um terreno e ver o fogo, pegue um balde de água e apague. Às vezes as pessoas passam e veem, mas só ligam quando já está fora de controle”, explica Márcio. Em caso de emergências, disque 193 e se verificado a existência de fumaça, a orientação é realizar o desligamento do disjuntor da residência e se afastar do foco de incêndio.

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