Instituto Histórico apresenta projeto para transcrição de documentos

Manuscritos do Período Imperial passo-fundense serão transformados em livro digita

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Foto: Fabiana BeltramiFoto: Fabiana Beltrami
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Requerimento de festas religiosas, construção de casas, solicitação para plantio de sementes e até para nomeação de ruas. Durante o Período Imperial, entre os anos 1857 a 1867, era no livro do Copiador de Ofícios e Ordens da Câmara Municipal da Vila do Passo Fundo que todas as resoluções políticas e administrativas eram registradas à mão.

No marco dos 165 anos da instalação da Câmara de Vereadores, lembrado em 2022, as 205 páginas rubricadas pelo vereador presidente serão transformadas em livro digital com lançamento previsto para agosto. “Percebemos que esses manuscritos são menos utilizados em pesquisas, sobretudo pela dificuldade de leitura destes documentos. Vamos publicá-lo em ebook para que as pessoas possam ler mais facilmente”, explicou o vice-presidente do Instituto Histórico de Passo Fundo (IHPF), Djiovan Carvalho.

Na manhã de sexta-feira (4), o historiador e o presidente da entidade, Fernando Miranda, apresentaram aos vereadores o esboço para tornar os ofícios acessíveis e as “informações cada vez mais públicas”, como pontuou Carvalho. “Além da transcrição, o que vamos digitalizar serão os quatro relatórios da Câmara do século XIX porque também são uma síntese do que estava acontecendo no Município naquele período”, mencionou Djiovan.

As 206 páginas manuscritas contêm informações políticas e administrativas de Passo Fundo durante o Período Imperial. Foto: IHPF


Registros

Ao disponibilizar tais escritos em formato digital, a vida útil dos documentos originais poderá ser prolongada com a diminuição no manuseio, ainda que cuidadoso, das páginas. “Queremos contemplar outros documentos para que a gente possa incentivar, também, a pesquisa desse período tão importante para o Município e que, de certa maneira, ainda não temos estudos suficientes”, observou o vice-presidente do IHPF.

O vereador Wilson Lill (PSB) entende que a ideia representa um incentivo para que mais pessoas possam acessar o acervo e reconhecer a história de Passo Fundo. “Infelizmente, não há uma cultura de valorização da nossa história e dos nossos personagens. Por isso é necessário

ter iniciativas como essa do IHPF para que mais pessoas tenham acesso e possam pesquisar sobre as origens de nosso município”, apontou.

Durante a reunião com os parlamentares passo-fundenses, o presidente da Casa Legislativa, Evandro Meireles (PTB), indicou que o plenário deverá auxiliar, conforme os trâmites legais e dentro das possibilidades, a concretização da proposta. “A recuperação de nossa história é algo essencial para o município. Vamos acolher a ideia e contribuir para o andamento do projeto dentro dos trâmites possíveis. O Legislativo deve colaborar para que nossa história esteja mais ao alcance de nossa população”, ressaltou.

Além da preservação dos atores e fatos históricos sobre Passo Fundo, os documentos aludidos por Djiovan também contêm detalhes sobre o modo de vida da população de outras cidades da região Norte gaúcha. “Precisamos entender que, durante esse período, o território de Passo Fundo é muito mais extenso. Por isso, vão conter informações sobre Soledade, Boa Vista do Erechim e sobre o 4º Distrito, que é Carazinho”, nominou o vice-presidente do IHPF.


Livro do Copiador

Em Passo Fundo, assim como em diferentes pontos do Brasil, o livro do Copiador de Ofícios e Ordens foi o responsável por “salvaguardar um número expressivo de correspondências expedidas pela Câmara Municipal”, conforme mencionou Djiovan. Assim, as páginas registraram, ao longo da primeira década da administração municipal, os mais diversos assuntos que ingressaram na pauta da Câmara de Vereadores.

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