Preços da gasolina e do diesel serão reajustados a partir de hoje

Reajuste deve afetar consumidores nos próximos dias com o aumento dos valores nas bombas

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 Na tarde de ontem (10) a cotação do barril de petróleo chegou a US$111. (Foto: Marcello Casal Junior/Agência Brasil) Na tarde de ontem (10) a cotação do barril de petróleo chegou a US$111. (Foto: Marcello Casal Junior/Agência Brasil)
Na tarde de ontem (10) a cotação do barril de petróleo chegou a US$111. (Foto: Marcello Casal Junior/Agência Brasil)
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Após 57 dias sem sofrer reajustes, a gasolina, o diesel e o gás de cozinha tiveram um novo aumento no valor de venda nas refinarias para as distribuidoras a partir de hoje (11). De acordo com o comunicado da Petrobras, a gasolina tem uma alta de 18,77%, o diesel de 24,93% e o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 16,06%. O reajuste deve chegar já nos próximos dias aos consumidores, dependendo da quantidade de combustível que os postos ainda têm em estoque.


Contexto mundial

Segundo o economista e professor universitário Julcemar Zilli esse reajuste acontece devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que são regiões de grande produção de petróleo e gás, o que gera dois problemas e questões de emergência. “Sempre que há um conflito armado em regiões onde se tem a produção, gera uma insegurança no mercado e o preço acaba subindo”, explicou. O outro fator de alta se relaciona às sanções que estão sendo impostas pelos países que fazem parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e acabam bloqueando o acesso aos produtos russos ou ucranianos. “Os meios das sanções de importação e exportação, por exemplo, afetam a forma como o dinheiro é transferido de um país comprador para a Rússia ou da Rússia para os compradores”, apontou Zilli.

 

Preço na bomba

Nesse sentido, esse contexto reduziu de forma significativa a oferta de produto no mundo, com a cotação do barril, por exemplo, chegando a US$125. Esse aumento no preço internacional do petróleo gera efeito na produção e distribuição, o que faz com que chegue no Brasil mais caro e reflita no valor repassado na bomba. Julcemar explica que o consumidor vai começar a sentir o reajuste conforme a quantidade de produto que os postos ainda têm em estoque. “Na próxima compra que os postos forem fazer já vai ser repassado o preço. A tendência para aqueles postos com estoque baixo, que forem fazer a compra na próxima semana, entre segunda e quarta-feira nós vamos começar a sentir esse preço”, pontuou, acrescentando que o aumento de 18,77% na gasolina e de 24,93% no diesel é nas refinarias e que para o consumidor esse percentual será distinto. Até a tarde de ontem (10), a gasolina em Passo Fundo estava, em média, no valor de R$ 6,38 o litro.

 

Duração da guerra influencia toda a economia

O cenário de incertezas com relação à economia e a continuidade do aumento dos preços do combustível depende do destino e de quanto tempo ainda irá durar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Segundo Julcemar, quanto mais longa for a guerra, mais tempo ficaremos com problemas de logística para a compra e transporte do petróleo, o que vai manter o preço elevado. “Caso a guerra acabe logo, daqui uma semana, podemos ter um retorno desse petróleo a US$100 o barril. Abre a possibilidade de baixar o preço naturalmente ou reduzir”, disse. No cenário de permanência da guerra, o economista esclarece que a Petrobras terá que adotar alguma estratégia, como por exemplo reduzir o lucro dos acionistas, para conseguir segurar o preço da gasolina para os consumidores.

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