Mais caro desde sexta-feira (11) quando o novo reajuste sobre o preço do diesel, da gasolina e do gás de cozinha entrou em vigor, o valor inflado do combustível poderá ser refletido no preço que será cobrado pelas passagens dos ônibus urbanos em Passo Fundo neste ano.
Aguardando, ainda, as negociações com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano (Sindiurb) sobre as reposições salariais da categoria ainda neste mês, a Coleurb já começou a colocar no papel os custos operacionais levados em consideração na hora de enviar a nova sugestão de preço à Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Gerais. “Todos os custos que temos na empresa são acompanhados e administrados diante da nossa receita. Não foi o primeiro reajuste que tivemos desde o ano passado. O preço do diesel varia em relação a centavos. Como nós compramos semanalmente, podemos ter uma variação a cada semana ou não. Tudo depende do mercado econômico”, comentou a diretora-presidente da empresa, Paula Bulla.
Ao dizer que os novos aumentos praticados pela Petrobras “não têm como não impactar” no preço final, Paula mencionou que o combustível representa de 15% a 30% o valor das passagens. Isso significa que, se o valor da tarifa é R$ 4,75, R$ 1,42 é descontado para o pagamento do diesel, explicou a executiva. “Esse reajuste de 25% foi um impacto extremamente forte nos nossos custos porque há outros insumos que temos que administrar”, disse destacando o salário dos funcionários e custos com a manutenção da frota. “Se não tivermos nenhuma reposição ao nosso setor, seja do Governo Estadual ou Municipal, teremos que fazer alguma coisa dentro da empresa, que pode envolver diretamente a parte de operação, que são as linhas, trajetos, motoristas e cobradores, e a própria estabilidade”, observou Paula.
ICMS sobre os combustíveis
Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passou de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba em uma variação de R$ 0,81 por litro.
Com isso, o diesel foi o combustível que mais encareceu após a correção da Petrobrás, cujo valor médio cobrado por litro chegou a R$ 5,81, segundo estima a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em resposta, o Governo Federal sancionou sem vetor o projeto de lei complementar que prevê a incidência por uma única vez do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, inclusive importados.
Para tentar estancar a disparada nos preços refletidos nos postos e no bolso dos motoristas, a lei prevê que, em vez de um percentual sobre o preço, as alíquotas deverão ser consideradas sobre a unidade de medida, neste caso, litros, e serão definidas por meio de decisão unânime do Conselho de Secretários Estaduais de Fazenda (Confaz) e não mais pela autonomia de cada estado, como ocorria.