Em um intervalo de quatro anos entre uma eleição presidencial e outra, a participação de adolescentes com idades entre 16 e 17 anos nos processos eleitorais registrou uma queda de 54,1% em Passo Fundo.
Esse baixo engajamento dos jovens passo-fundenses com a política reflete uma tendência a nível nacional observada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujos registros de novos títulos de eleitor são os menores em 30 anos de exercício pleno da cidadania no território brasileiro.
Se, em 2018, 303 votantes desta faixa etária estavam aptos a comparecer às urnas no município, até fevereiro deste ano apenas 139 figuravam na relação estatística do eleitorado na cidade, conforme mostra a base de dados do TSE consultada pela reportagem do O Nacional na segunda-feira (21). “Um pouco deve estar relacionado ao descrédito na política. Infelizmente, não há uma consciência da participação na formação da vontade do Estado e a pandemia também tem isolado as pessoas, criou uma certa inércia a se deslocar”, considerou o juiz Dalmir Franklin de Oliveira Júnior, titular da Justiça Eleitoral em Passo Fundo.
Além da adesão, o gênero dos novos eleitores também foi outra mudança entre a população adolescente, para quem o voto será facultativo no sufrágio que deverá eleger o novo Presidente da República em 2 de outubro deste ano. Segundo destaca o perfil do eleitorado passo-fundense, as mulheres representam 59,8% dos jovens eleitores com 16 anos no município, enquanto esse índice é de 40,1% entre os homens da mesma idade. Aos 17 anos, 53,3% do total de votantes são do sexo feminino, cujo índice é reduzido a 46,6% entre os eleitores do sexo masculino.
Embora os cartórios eleitorais tenham retomado a presencialidade, o magistrado orienta que a tramitação seja realizada por meio dos canais virtuais do TSE através da plataforma JE Digital. “É importante que os jovens compareçam à Justiça Eleitoral para participar da democracia e assumir a responsabilidade pela escolha”, ressalta Dalmir.
Mobilização
Com 147.048 votantes habilitados para exercer a livre escolha do voto neste ano, dos quais 24,2% pertencem ao grupo com idades entre 45 a 59 anos que forma a base eleitoral predominante no município, o prazo para que o cidadão possa regularizar o título eleitoral, solicitar a primeira via do documento ou transferir o domicílio eleitoral será encerrado em 4 de maio, de acordo com a determinação legal que prevê o fechamento do Cadastro Eleitoral 150 dias antes de cada pleito.
Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral promoveu uma mobilização digital para estimular os jovens de 16 a 18 anos a participarem da escolha dos representantes que irão ocupar as cadeiras da Presidência da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, dos governos estaduais e das assembleias legislativas através de publicações nas redes sociais que contabilizaram 6,8 mil tuítes com esse tema, que chegaram às telas de mais de 88 milhões de pessoas.
Os atendimentos presenciais são feitos com agendamento prévio em razão da pandemia. A crise sanitária também interrompeu o cadastramento biométrico no país. Ainda assim, os eleitores que não realizaram a biometria até a data das eleições gerais não serão impedidos de votar neste ano, conforme esclareceu um comunicado do TSE.
