Justiça arrecada R$ 11,3 milhões em segundo leilão de bens do advogado Maurício Dal Agnol

Venda dos imóveis foi dividida em duas etapas e rendeu, ao todo, cerca de R$ 13,6 milhões com o arremate de 23 imóveis

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No lote colocado a leilão, oito imóveis não receberam lances (Foto: Arquivo ON)No lote colocado a leilão, oito imóveis não receberam lances (Foto: Arquivo ON)
No lote colocado a leilão, oito imóveis não receberam lances (Foto: Arquivo ON)
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A segunda e última rodada do leilão de bens do advogado Maurício Dal Agnol e de sua esposa, realizada pela Justiça Federal em Passo Fundo nessa quinta-feira (24), encerrou com a venda de 19 imóveis, entre casas, edifícios residenciais, salas comerciais e terrenos urbanos. Divididos em 16 lotes, os bens arrematados estão localizados nos municípios de Passo Fundo e Sarandi e haviam sido inicialmente avaliados em um total de R$ 21,4 milhões, mas acabaram sendo vendidos por cerca de R$ 11,3 milhões. A diferença no montante acontece porque, na segunda etapa do leilão, conforme consta no edital assinado pelo juiz Ricardo Soriano Fay, era possível oferecer lances equivalentes à metade do valor de avaliação de cada imóvel.

Somadas às vendas realizadas no primeiro leilão, quando foram arrematados outros quatro imóveis do advogado passo-fundense, a Justiça Federal conseguiu levantar um total de aproximadamente R$ 13,6 milhões. O conjunto completo de bens de Maurício Dal Agnol, colocado para leilão, incluía 31 imóveis, dos quais oito não receberam licitantes. É o caso do prédio onde estava instalado o escritório do advogado, descrito como um “prédio de alto padrão”, na Avenida Brasil, bairro Petrópolis, em Passo Fundo. O imóvel era o mais caro dos bens e estava originalmente avaliado em R$ 31,4 milhões, mas poderia ser arrematado por um lance mínimo de R$ 15,7 milhões na segunda rodada do leilão. No entanto, ninguém manifestou interesse.

Em resposta à reportagem de O Nacional, a Justiça Federal em Passo Fundo afirmou que uma nova decisão judicial deve determinar o destino do restante dos imóveis, que não foram leiloados. O dinheiro arrecadado também deve permanecer, por ora, em uma conta judicial. Ele será utilizado para quitação da dívida tributária de Dal Agnol, do passivo trabalhista e dos créditos oriundos da Justiça Estadual. De acordo com as determinações para distribuição do valor, metade do montante poderá ser destinada à Justiça Estadual, onde tramitam as ações que buscam reparar os clientes lesados pelo advogado.


Dívidas do advogado

A dívida cobrada pela União nas execuções fiscais contra o devedor perante a Justiça Federal, atualmente, ultrapassa R$ 52,4 milhões. Há, ainda, a penhora de mais de R$ 50 milhões em relação a dívidas de Maurício Dal Agnol e sua esposa na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul e cerca de R$ 2 milhões em relação à Justiça do Trabalho.

 

Acusações

No ano de 2014, durante a operação Carmelina, deflagrada pela Polícia Federal, o advogado Maurício Dal Agnol foi acusado de coordenar um esquema milionário ao mover ações judiciais contra a empresa de telefonia Brasil Telecom, em nome de antigos acionistas da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), hoje comprada pela operadora de telefonia Oi. De acordo com a investigação, após acordos com a Oi, Dal Agnol teria ficado com a maior parte do dinheiro obtido nas ações movidas por seus clientes.

Maurício Dal Agnol sofreu indiciamento por diversos crimes, como patrocínio infiel, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, formação de quadrilha e sonegação fiscal, além de porte ilegal de arma de fogo, depois de ter armas e munições apreendidas durante a operação Carmelina. O advogado chegou a ser preso preventivamente em setembro de 2014, mas foi solto em fevereiro de 2015. Ele segue, desde 2015, sem o direito de exercer a profissão, após ter sido acusado pelo Ministério Público Estadual por apropriação indébita.


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