A Academia Passo-Fundense de Letras (APLetras) empossou em Sessão Solene, nessa quinta-feira (7), a nova diretoria responsável pela gestão da entidade no biênio 2022-2023. A cerimônia, realizada na sede do grupo, marcou ainda a investidura de novos acadêmicos, a entrega do “Mério Cultural Sante Uberto Barbieri” ao médico Carlos Antônio Madalosso e as comemorações dos 84 anos da APLetras e do Dia Municipal do Escritor.
A longa lista de celebrações, condensadas em uma única cerimônia, faz jus ao intenso ritmo de atividades que a nova diretoria tem planejado para o ano. Formado pela presidente Marilise Brockstedt Lech, a vice-presidente Marisa Potiens Zilio, o secretário-geral Agostinho Both, os secretários Elisabeth Ferreira e Elmar Floss e os tesoureiros Daniel Viuniski e Luís Lopes de Souza, o grupo retomou as atividades presenciais depois de mais dois anos de pandemia, período pelo qual acumularam o desejo de voltar a movimentar a cena literária da cidade. “Temos muitos projetos já em andamento”, adianta a nova presidente.
Projetos para 2022
Conforme lista Marilise Lech, embora ainda sem data definida para acontecer, os planos da APLetras para os próximos meses incluem a promoção de um concurso literário, eventos de contações de histórias, a retomada do projeto “Identificando Talentos”, a publicação de novos volumes da revista “Água da Fonte” e o lançamento de um livro escrito por acadêmicos em homenagem ao jornalista Meirelles Duarte. A Academia tem buscado ainda recursos junto ao governo federal, conforme explica a representante, para fazer reparos necessários no prédio da entidade, construído em 1912, a fim de melhorar a acessibilidade do espaço.
Já a parcela da agenda com data confirmada reúne a edição de um “Café Filosófico”, na sede da APLetras, no dia 6 de maio; o lançamento coletivo de 23 livros escritos por acadêmicos durante a pandemia, no dia 23 de maio; e o 3º Congresso de Academias de Letras do Rio Grande do Sul, que será sediado pela Academia Passo-Fundense de Letras, dos dias 27 a 29 de outubro. “Será uma honra poder sediar esse evento com mais de 30 academias. Estamos em um momento de ebulição e muito animados em estar vivendo isso após a pandemia”, comenta a presidente.
Há outros planos, segundo Marilise, que ainda não podem ser considerados confirmados, mas que estão entre aqueles que a Academia tem lutado para tirar do papel. É o caso de uma revitalização no complexo cultural Roseli Doleski Pretto. “Estamos trabalhando junto com secretarias da prefeitura e as demais entidades do espaço para reformar esse espaço e talvez, se conseguirmos, poderemos fazer ali a Feira do Livro de Passo Fundo. Mas tudo isso ainda está sendo conversado e planejado”, destaca.
A organização da nova edição da Feira do Livro é, inclusive, mais um dos projetos que podem ser abraçados pela APLetras. A presidente da entidade esclarece que a ideia da entidade não é assumir integralmente o comando da feira, mas trabalhar junto e contribuir para a organização dela da melhor forma possível. “Temos um compromisso muito grande porque Passo Fundo ostenta a Capital Nacional de Literatura e já perdemos a Jornada de Literatura. Precisamos ter esse comprometimento com a Feira do Livro”, ressalta, mencionando ainda a importância da Academia para a preservação da cultura literária e para a valorização do escritor passo-fundense.
Novos ares
A entrada de novos acadêmicos também tem permitido revitalizar o espírito da casa cultural, alimentando-o com novas ideias. O grupo conta agora com 40 membros — incluindo os recém-chegados escritores Aleixo da Rosa, Cleuza Rejane Ochôa Ughini, Djiovan Vinícius Carvalho, Eládio Vilmar Weschenfelder, Ironi Gozzi de Andrade (reingresso), Luciana Marinho Albrecht, Patrícia Godoy Ritter de Bairos, Roque Gilberto Annes Tomasini e Silvana Alba Scortegagna. O quadro que não estava tão completo há mais de dez anos, segundo nova presidente da APLetras. “A entrada de nove acadêmicos é um número inédito. Nós perdemos quatro acadêmicos nos últimos dois anos, outros foram convidados a se retirarem por não estarem participando há muito tempo de maneira ativa. Ser acadêmico não é uma honraria, um título, e sim uma função, então precisa ser ativo. Por isso foram abertas todas essas vagas por meio de edital. Nós conseguimos muitos inscritos e ficamos muito felizes com a qualidade desses escritores”, observa.