Após dois meses de conflito judicial pelo uso do espaço compartilhado entre o Sindimáquinas, que representa os trabalhadores das indústrias de máquinas, implementos, peças e tratores de Passo Fundo, e o Sindimetal, entidade representativa dos metalúrgicos e funcionários das empresas de mecânicas e materiais elétricos, a 3ª Vara do Trabalho emitiu um parecer favorável para a reintegração de posse na sede sindical localizada na rua Morom.
O mandado, assinado pelo juiz Evandro Luis Urnau na quarta-feira (19), assegura o retorno das funções administrativas do Sindimáquinas no prédio, cujo cumprimento será realizado às 14 horas desta sexta-feira (22). Ao permitir o acesso a espaços comuns necessários para o seu funcionamento e para o atendimento dos seus representados, o Sindimetal deverá fornecer as cópias das novas chaves aos representantes sindicais da outra categoria. “A partir deste momento, o Sindicato de Máquinas vai voltar para casa. Lá é a casa deles e dos trabalhadores”, afirmou o advogado de defesa do Sindimáquinas, André de Felippo Jr., ao jornal O Nacional. “Essa medida é de antecipação de tutela, mas ainda tem um julgamento final”, ponderou.
Desacordo
Usada de forma compartilhada por ambas entidades de classe, a sede da rua Morom abriga os escritórios administrativos tanto do Sindimáquinas quanto do Sindimetal para os trabalhos diários de assistência aos trabalhadores de ambas categorias. Essa discordância, segundo consta no processo julgado e conforme relatado pelo representante legal do sindicato dos trabalhadores das indústrias de máquinas, teria iniciado há cerca de um ano e meio quando os Sindimetal alegou que o espaço não poderia mais ser dividido entre eles.
Em 7 de fevereiro deste ano, a diretoria encontrou a entrada do prédio com uma nova grade e cadeados que impedem o acesso dos representantes do Sindimáquinas. Além disso, a placa, que identificava ser ali a sede da entidade, teria sido removida, segundo é relatado nos autos processuais. “As propriedades sempre foram partilhadas desde 2008. Isso ficou bem comprovado no processo”, lembra o advogado ao citar, também, o segundo imóvel, campestre, no bairro Hípica e que não entrou nesta ação de reintegração.