Agentes de diferentes órgãos da segurança, Secretarias municipais, instituições governamentais e de ensino, dentre outras representações, participaram de reunião promovida pela Frente Parlamentar da Segurança Pública da Câmara de Vereadores. O encontro, na tarde de terça-feira (26) no Plenário, buscou traçar os desafios para reduzir os índices de criminalidade em Passo Fundo.
O presidente da Câmara, Evandro Meireles (PTB), abriu os trabalhos agradecendo a grande participação no encontro e enalteceu o papel do Legislativo em promover a análise de situações que impactam o dia a dia do cidadão. “Estamos aqui para discutir medidas possíveis de serem aplicadas, focados, sobretudo, no bem-estar social”, resumiu.
A Frente Parlamentar é presidida pelo vereador Tadeu Moraes Trindade (PDT); sendo o vice-presidente o vereador Giordani Krug (PSD); o relator, o vereador Rafael Colussi (União Brasil), além dos titulares, a vereadora Janaína Leite Portella (MDB) e o vereador Wilson Lill (PSB). Trindade considerou que a segurança sempre deve ser uma política pública prioritária. “Estamos aqui para auxiliar os órgãos de segurança, ouvindo as suas necessidades, para, assim, poder contemplar a nossa comunidade, os gestores da segurança, para que possam melhor executar o trabalho”, iniciou.
O vice-presidente da Frente, Gio Krug, respaldou a fala de Trindade, pontuando sobre o papel da Câmara em ouvir os representantes desses órgãos. “Todos sabemos que a segurança é obrigação do Estado, mas nada impede que o município auxilie. Temos, aqui na Câmara, trabalhado junto aos órgãos de segurança pública, e esse é um dos principais objetivos da frente parlamentar. Precisamos, primeiramente, saber onde podemos auxiliar, quais são as principais demandas”, complementou.
Videomonitoramento
O uso da tecnologia ganhou destaque na reunião. O tenente coronel Marco Antonio dos Santos Moraes, do 3° RPMON, explanou sobre o funcionamento do sistema de videomonitoramento empregado na cidade e sugestões de melhorias que podem ser aplicadas. “Precisamos agregar tecnologia no monitoramento”, defendeu, citando as câmeras que fazem a leitura de placas de veículos e a identificação facial, usadas junto a sistemas que enviam alertas aos policiais que trabalham no monitoramento.
O promotor Marcelo Pires, em sua manifestação, usou como exemplo uma iniciativa adotada em Santa Cruz do Sul, onde as câmeras particulares contribuem com o sistema público de vigilância e sugeriu que houvesse a adoção do projeto em Passo Fundo. “Cada câmera de um cidadão é um olho do Estado no combate à criminalidade”, considerou.
Sobre isso, o secretário municipal de Segurança Pública, João Darci Gonçalves da Rosa, relatou que já há condomínios na cidade compartilhando imagens com os órgãos locais. Além disso, ressaltou que o Município tem feito fortes investimentos no monitoramento, com a instalação de câmeras nas mais de 70 escolas. “A administração também investiu na iluminação pública”, pontuou.
Iniciativa da comunidade
Entre os participantes que se manifestaram, o empresário Mateus Santos expôs sobre o projeto GAP, que está sendo criado em Passo Fundo, sendo, na prática, um grupo formado por integrantes da sociedade voltado a auxiliar com recursos os órgãos públicos da segurança, inspirado em projeto semelhante da cidade de Tapera. “Lá, até armamentos pesados foram comprados com o auxílio do GAP”, exemplificou, adiantando que o grupo já está formalmente constituído, e, na próxima semana, deverá finalizar seu estatuto.
Demandas levantadas
Além da discussão sobre questões estruturais dos próprios órgãos de segurança, demandas da sociedade ganharam destaque na reunião. O diretor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-riograndense (IFSUL), câmpus Passo Fundo, professor Lucas Vanini, por exemplo, solicitou atenção e ajuda para que seja melhorada a iluminação na Perimetral Leste, onde fica o campus, para ampliar a segurança dos alunos, além de qualificar a demarcação de faixas de pedestres na rodovia.
Já a coordenadora da 7ª Coordenadoria Regional de Educação, Carine Webber, defendeu que a segurança e a educação andam juntas, pontuando sobre o impacto positivo de iniciativas voltadas à prevenção. “A prevenção é o melhor caminho. Se conseguirmos ter mais programas, projetos que cheguem até as escolas, evitando um caso de polícia, isso é de grande valia”, afirmou, ao citar iniciativas em vigor, como o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd).
A prevenção também foi enaltecida pela delegada Carolina Goulart, da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA). “Precisamos pensar em projetos na área de prevenção ao consumo de drogas, principalmente, de crack. Uma epidemia muito séria e que está vinculada a muitos casos policiais”, relacionou.
Demandas pautarão documento
No fim da reunião, o presidente da Frente da Segurança Pública, vereador Sargento Trindade, informou que as pautas levantadas integrarão um documento e poderão virar Indicações ao Executivo ou outras proposições legislativas, por exemplo. “O diálogo não vai acabar hoje. A Frente tem um prazo de 180 dias, podendo ser prorrogada, e vamos continuar interagindo com a sociedade”, finalizou.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Câmara dos Vereadores