Passo Fundo discute alternativas para o fluxo dos atendimentos pediátricos

Reunião realizada na tarde desta sexta-feira (6) teve a participação da Prefeitura, hospitais públicos e privados, Ministério Público e 6ª Coordenadoria Regional de Saúde

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Michel Sanderi/DivulgaçãoMichel Sanderi/Divulgação
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Na tarde desta sexta-feira (6), a Prefeitura realizou uma reunião para debater a situação dos atendimentos pediátricos. Em um diálogo com hospitais públicos e privados, Ministério Público e 6ª Coordenadoria Regional da Saúde, o Município buscou alternativas para absorver o aumento da demanda em um momento de pós-pandemia. O Município já vem adotando estratégias para ampliar a capacidade de atendimento, como a consolidação do Hospital da Criança e a contratação de mais médicos pediatras com maior valor da hora trabalhada.

O prefeito, Pedro Almeida, considera que é importante haver a colaboração de toda a rede de saúde para o atendimento de crianças, principalmente, até a entrega do Hospital da Criança, prevista para acontecer entre os meses de junho e julho. "O nosso setor de saúde é qualificado e preparado. Prova disso é que enfrentamos o pior momento da pandemia, com muitas internações, atendendo a região. Estamos agora em um contexto que torna necessária a união para dar suporte aos atendimentos pediátricos", pontua.

Devido às obras da unidade, os atendimentos de crianças na rede municipal são concentrados temporariamente no Pronto Atendimento Pediátrico (PAP), no Cais São Cristóvão, que funciona 24 horas diariamente. Se, em 2019, foram realizados 9,6 mil atendimentos em todo o ano, nestes primeiros quatro meses de 2022, já foram contabilizados quase 13 mil atendimentos. Além disso, outras seis unidades de saúde contam com pediatras durante o dia.

A secretária de Saúde, Cristine Pilati, avalia que um dos principais fatores relacionados a esse volume de pessoas procurando o PAP. "Uma das medidas que tomamos recentemente é disponibilizar atendimentos para crianças a partir dos oito anos com doenças respiratórias no Cais Petrópolis. Porém, a maior procura é para crianças de zero a dois anos, que passaram a pandemia dentro de casa e passaram a estar expostas a doenças agora", considera.

Ainda de acordo com Cristine, a grande maioria dos atendimentos segue sendo para casos enquadrados como não urgentes. Em contrapartida, junto com o aumento da procura, também cresceram os casos graves. "Os atendimentos do PAP são divididos em quatro cores que indicam a gravidade: verde, azul, amarela e vermelha. E, embora a maioria seja verde ou azul, há também uma elevação da gravidade. Em 2020, por exemplo, recebemos 16 crianças com caso classificado em vermelho. Neste ano, já foram 194. E cada um desses casos necessita de cerca de uma hora de atendimento", afirma.

A secretária declara que, como alternativa para a descentralização dos atendimentos é que as pessoas busquem as unidades de saúde mais próximas dos seus domicílios. "O Pronto Atendimento recebe a população em todos os casos, mas tem a proposta de atender as situações que envolvem intervenções mais imediatas", salienta.

É também consenso entre os hospitais que as emergências das instituições precisam ser destinadas aos casos graves e, por isso, os atendimentos que não demandam urgência são encaminhados para a rede municipal.

Confirme o diretor técnico do Hospital de Clínicas, Juarez dal Vesco, é importante que a população tenha esse entendimento. "É uma questão muito complexa e de difícil solução. Os hospitais são vistos pela população como solução imediata e acabam reduzindo a busca pelas unidades de saúde. Mas esses serviços de urgência e emergência servem para essas situações. O aumento da procura tira o foco da equipe para algo que não necessita de atendimento imediato, dispersa a qualidade dos serviços e coloca em risco pessoas em situações graves", justifica.

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