Suspensa a assembleia que seria realizada na quinta-feira (12), motoristas e cobradores da Coleurb voltarão a se reunir na segunda-feira (16) para pautar uma possibilidade de greve da categoria caso a empresa não conceda o reajuste salarial encaminhado para mediação no dia 10 de maio.
As negociações entre os administradores da concessionária de transporte coletivo que circula em Passo Fundo e os representantes sindicais estão sendo realizadas com base na solicitação de reposição do salário fixada em 5% com acréscimo de 10,8% referente à inflação do mês de fevereiro. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivo Urbano (SINDIURB) do município, Luis Fernando Prichua, os trabalhadores terão cerca de 11 horas para votar pela adesão ou a recusa de paralisação na próxima semana. "Depois contamos os votos, temos que avisar a empresa e teria 72 horas para começar a greve. Dentro desse tempo, pode acontecer muita coisa. Inclusive, não sair a greve", mencionou.
Em caso de uma majoritária pela suspensão temporária de trabalho, como forma de protesto, os reflexos poderão ser sentidos na disponibilidade das linhas de coletivos urbanos circulando pelos bairros da cidade após o prazo legal para vigorar o decreto de greve. "Como é servidor essencial, não pode parar 100%", ponderou. O cenário, contudo, poderá mudar se a Coleurb apresentar uma contraproposta à solicitação de reajuste, diz Luis. "Não tem como aceitar 0%", considerou o representante sindical.
Coleurb propôs nova data
Quando ambas partes sentaram para o contato inicial de debate, na quarta-feira, a Coleurb propôs que uma nova reunião seja realizada dentro de duas semanas, conforme consta na ata assinada assim que a mediação foi finalizada. "Em nenhum momento a Coleurb mostrou dificuldade ou resistência para negociar", afirmou a assessoria de imprensa da empresa ao jornal O Nacional.
Ao apresentar o cenário econômico de custos adicionais agregados durante os dois últimos anos, período em que a pandemia reduziu o fluxo de passageiros, a Coleurb sustentou a viabilidade de repassar os 10,8% através do vale-alimentação disponibilizado aos colaboradores, mantendo o valor pago de salário sem a porcentagem reclamada pelo sindicato. “O foco precisa ser manter os empregos e os pagamentos em dia”, ressaltou a concessionária do serviço público de transporte alegando que o valor reajustado da passagem, que passou a ser R$ 5,50, é “insuficiente para cobrir os gastos operacionais”.
Em paralelo à redução de circulação mencionada pela Coleurb, cuja média diária de pessoas transportadas pelos ônibus da empresa foi de 30 mil, os insumos necessários para manter a frota circulando tiveram um aumento de preços. “O diesel, por exemplo, somente em 2022, teve reajustes de cerca de 47% nas refinarias, impactando gravemente na saúde financeira da empresa. Na terça-feira, 10 de maio, foi anunciado um novo reajuste, de R$ 0,40 por litro”, argumentou a Coleurb.