Após obras de melhorias na pista, surgiram novas restrições operacionais no Aeroporto Lauro Kortz, não permitindo a utilização por jatos ou voos noturnos. Até a quarta-feira, 18, aeronaves a jato estavam proibidas de pousar e decolar em Passo Fundo. A exceção era para aeronaves militares ou em situações inusitadas, como a liberação específica para um cantor. Agora, outras exigências devem ser atendidas para que o Aeroporto de Passo Fundo volte a operar à noite. Falhas no cercamento e histórico de registro da presença de animais silvestres (javalis) ameaçam a segurança operacional. Além disso, mesmo após badalada inauguração, o novo TPS – terminal de passageiros, ainda não está em condições para entrar em operações. Ainda faltam esteiras de bagagem, equipamentos de Raio-X, balcões de check-in e estruturas complementares.
A volta dos jatos
Desde o fechamento da pista, em 11 de janeiro de 2021, aeronaves com propulsão turbofan ou turbojato não estavam autorizadas a pousar e decolar no Lauro Kortz. O entrave maior foi a liberação do sistema PAPI, que orienta pilotos na etapa final da aproximação. Após testes, trocas de equipamentos e aferições, a conclusão da análise técnica foi liberada em 09 deste mês pelo GEIV - Grupo Especial de Inspeção de Voo. Depois, através de dois NOTAMs (notificações oficiais do DECEA), foram liberadas as operações para aeronaves à reação sob coordenação antecipadas. Mas ainda existiam as restrições (RMK) no ROTAER. Na quarta-feira, o Diário Oficial publicou a Portaria 8.054, suspendendo a medida administrativa cautelar que proibia aeronaves à reação no Aeroporto de Passo Fundo. Ao final da tarde, através do NOTAM E1319/22, foi excluída a RMK. Dessa forma estão liberadas as operações com jatos. A administração do aeroporto é da Infraero e o gestor, Waldecy Rodrigues, explicou que esse NOTAM consta do ROTAER e, assim, os jatos podem operar.
Operações noturnas
Mesmo depois de obras de melhorias, alguns problemas do Aeroporto Lauro Kortz persistem. A mesma portaria que liberou aeronaves a jato mantém a proibição das operações noturnas “até que o Operador de Aeródromo solicite o seu cancelamento e demonstre o cumprimento das condições definidas no Parecer que fundamentou esta decisão”. Segundo esse parecer, “o aeródromo ainda não reúne condições de receber voos no período noturno”. A justificativa está na deficiência no sistema de proteção da área operacional, pela incapacidade de prevenir a entrada de animais. Ou seja, um velho problema que coloca em risco a segurança operacional. Além disso, pelo mau posicionamento em relação ao vento predominante e sem o alargamento, a pista do Lauro Kortz sofre com o vento de través. Ainda, pela localização inadequada, a altitude do local facilita a presença de neblina diminuindo a visibilidade necessária. Esses fatores respondem pela maioria dos cancelamentos de voos.
O retorno gradativo das empresas aéreas
AZUL – Como havia restrições para jatos, a Azul voltou ao céu passo-fundense com aviões turboélices em 25 de abril. A empresa realiza a ligação entre Passo Fundo e Viracopos, em Campinas (SP) com o ATR-72. Com capacidade para 70 passageiros, ficará temporariamente nessa rota. De acordo com o HOTRAN (Horário de Transportes) já há solicitação para utilizar o Embraer 195, para 118 passageiros, a partir de 1º de julho. As plataformas da Azul vendem passagens para o jato a partir de 07 de julho, mas, com a liberação operacional, poderá antecipar a substituição de equipamentos.
GOL – Já o retorno da Gol a Passo Fundo, conforme anunciamos desde 13 de abril, permanece confirmado para 17 de junho. A empresa retomará a ligação entre Passo Fundo e Guarulhos em São Paulo. Será com o mesmo modelo que atendia a região, o Boeing 737-700 para 138 passageiros. Havia a previsão de, em 18 de junho a Gol utilizar o Boeing 737-800 com capacidade para 186 passageiros. Porém, ainda sem o novo pátio de aeronaves (mais resistente), a vinda excepcional do 800 foi retirada do sistema da empresa permanecendo o modelo 700.