A Universidade de Passo Fundo (UPF) realiza, nesta terça-feira (24), eleição para definir a reitoria da instituição durante a gestão 2022-2026. A atual reitora, professora Bernadete Maria Dalmolin, concorre à reeleição ao lado do pró-reitor Acadêmico, professor Edison Alencar Casagranda, e o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, professor Antônio Thomé. Eles formam, neste ano, a única chapa a participar da disputa.
Às vésperas do pleito — que acontece em formato web, por meio do sistema eleitoral da UPF —, Bernadete Dalmolin conversou com a reportagem de O Nacional e fez um balanço sobre os desafios enfrentados por sua gestão nos quatro primeiros anos à frente da UPF, adiantou detalhes sobre a reestruturação político-administrativa que será implantada na instituição e avaliou como devem ser os próximos quatro anos para a universidade e para a educação superior.
1. Durante estes primeiros quatro anos à frente da UPF, o que a senhora considera que foram os principais desafios enfrentados pela gestão no que diz respeito aos temas acadêmicos e de sustentabilidade financeira da instituição, tendo em vista a crise sanitária enfrentada?
R: Os últimos anos foram desafiadores para a sociedade como um todo e também para a educação superior no nosso país e na nossa região. Nesses primeiros quatro anos de gestão conseguimos alcançar o equilíbrio financeiro da UPF, o que só foi possível com uma gestão assertiva, que contou com a colaboração de toda a comunidade acadêmica. Também enfrentamos o desafio de modernizar e inovar academicamente, de modo que os currículos de todos os cursos foram renovados, dentro do projeto UPF Sense, que, dentre outros aspectos, valorizou ainda mais a vivência entre academia e o mundo do trabalho. Buscando ampliar as possibilidades aos estudantes, também foram criados novos cursos de graduação na modalidade híbrida, assim como especializações 100% on-line. Em relação à pandemia, especificamente, conseguimos ofertar um conjunto de políticas de auxílio financeiro e acadêmico aos estudantes, o que permitiu que eles se mantivessem estudando. Todas essas medidas deram as condições para o reposicionamento institucional e uma nova etapa de crescimento da nossa Universidade.
2. O que motiva a senhora a disputar as eleições para um segundo mandato à frente da UPF mantendo, inclusive, a mesma composição da chapa eleita há quatro anos?
R: O trabalho que foi realizado pela gestão ao longo dos últimos quatro anos, com todos os seus desafios, contou com grande apoio da comunidade acadêmica e também da comunidade regional. Conseguimos, juntos, trabalhar para fortalecer a UPF, para torná-la mais ágil, moderna, conectada e integrada, sem perder de vista sua tradição. Esse movimento em direção ao futuro precisa, agora, ser consolidado.
Escutando professores, funcionários e alunos, havia um pedido, da maioria, para que continuássemos a conduzir o projeto. A gestão da reitoria também passou por uma nova configuração administrativa, passando de cinco para três membros, que são o Reitor, o Pró-Reitor Acadêmico e o Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento.
3. É de conhecimento público que a universidade terá uma reestruturação neste ano com a fusão de unidades acadêmicas. Como esta reorganização administrativa foi pensada e por que foi necessária?
R: A reestruturação político-administrativa da UPF faz parte de um conjunto de mudanças que vêm sendo adotadas no sentido de tornar a instituição mais conectada com o entorno, mais ágil e com uma maior integração entre as diferentes profissões ofertadas, visando responder de forma mais assertiva às demandas da sociedade, por meio do ensino, da extensão, da pesquisa e da inovação. Este novo modelo já está bem adiantado e, a partir de agosto de 2022, passaremos a contar com seis unidades acadêmicas, que serão: Escola de Ciências Agrárias, Inovação e Negócios; Instituto de Tecnologia; Instituto da Saúde; Instituto de Humanidades, Ciências, Educação e Criatividade; Escola de Ciências Jurídicas e Escola de Medicina. Com a reestruturação, nós teremos uma UPF ainda mais próxima, com maior capacidade de gerar conhecimento para a sociedade e influenciar no crescimento da região e do Estado.
4. Uma vez que o ingresso no ensino superior registrou queda a nível nacional, como a senhora projeta os próximos quatro anos para a universidade e para a educação superior?
R: Hoje, no país, há uma procura menos expressiva pela educação superior na comparação com momentos anteriores, sinalizando que as instituições se tornam mais enxutas. Porém, em nosso ponto de vista, isso não significa estagnação, ao contrário. Então, a UPF vem trabalhando fortemente na inovação, especialmente por meio da UPF Parque. Inclusive, no início de junho vamos inaugurar a Arena Prof. Dr. Cristiano Roberto Cervi, cujo nome é uma homenagem ao nosso colega de gestão que faleceu vítima da Covid. Trata-se de um novo ambiente para interação entre UPF, empresas, poder público e sociedade interessadas em buscar novas oportunidades, novos mercados, novas perspectivas de futuro. Também é importante observar que os últimos dados do censo da educação superior mostram uma queda nas novas matrículas em cursos presenciais e uma ampliação na modalidade a distância. Alinhada com essa realidade, em 2022 a UPF lançou os cursos híbridos, nos quais há uma grande aposta no ensino on-line, mas sem abrir mão do que temos de melhor em uma universidade, que é o contato direto com os professores e a experiência do aluno com projetos de extensão, de pesquisa e na vasta prática experimental em todas as áreas de conhecimento.