GESP solicita intervenção em depósito de lixo no bairro Petrópolis

Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (GESP) sinaliza problemas a longo prazo como a contaminação do lençol freático do Rio Passo Fundo

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A maioria dos resíduos depositados no local já possuem pontos específicos de descarte em Passo Fundo. (Foto: Divulgação/GESP)A maioria dos resíduos depositados no local já possuem pontos específicos de descarte em Passo Fundo. (Foto: Divulgação/GESP)
A maioria dos resíduos depositados no local já possuem pontos específicos de descarte em Passo Fundo. (Foto: Divulgação/GESP)
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No mês de junho o Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (GESP) protocolou uma denúncia no Ministério Público Estadual e na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, no qual solicitou a intervenção no loteamento que vem se transformando em um depósito de lixo no bairro Petrópolis, na rua da Floresta. Segundo um dos representantes do GESP, Paulo Cornelio, o “lixão a céu aberto” envolve diretamente a saúde pública e ambiental do município, afetando o Rio Passo Fundo.

 

Antiga pedreira

A área que agora é utilizada como depósito de lixo pela população, há cerca de 15 anos era uma pedreira já desativada. Transformada em um loteamento, ela recebeu autorização para a colocação de material inerte, como aqueles oriundos da construção civil, incluindo tijolos, areia e lajotas. “Esses materiais poderiam ser colocados lá, desde que houvesse um processo de licença ambiental”, esclareceu Paulo. A partir disso, no entanto, outros materiais passaram a ser depositados no local e após um processo que impediu a continuidade do descarte no loteamento, outra vez a área foi aberta, resultando no descarte observado e denunciado pelo GESP.

 

Depósito inadequado de lixo

Em vistorias realizadas recentemente pelo grupo foram identificados os mais variados resíduos depositados irregularmente no local. Todo esse material compreende aproximadamente 200m de comprimento e cerca de 40m de largura, o qual se aproxima do leito do Rio Passo Fundo, com a possibilidade de contaminação do lençol freático. “Conforme observamos, ainda não foi atingido, mas esse material passa por um processo de intempéries, como a chuva, que vai percolar o solo e vai alcançar o lençol freático”, disse Paulo, ressaltando que muitos dos problemas serão sinalizados a longo prazo.

Entre os materiais, Paulo Cornelio destaca alguns como madeira, peças de roupas, material eletroeletrônico, resíduos de jardinagem, armários, sofás, lixo doméstico, garrafas plásticas, argamassa, sílica, isopor, compensados, alimentos perecíveis, serragem, mangueiras, galhos, pneus, troncos de árvores, além de lâmpadas e latas de tinta, materiais com produtos químicos muito tóxicos. “Durante a nossa pesquisa, alguns moradores relataram que são levados animais mortos e eles precisam enterrar em virtude do odor, uma questão de saúde pública”, comentou o representante do GESP.

Muitos desses resíduos já têm pontos específicos no município para o descarte, como é o exemplo dos Ecopontos e do Tele Entulho, que faz o recolhimento de diferentes materiais. “Ontem passei novamente lá [no loteamento] e tinha muito material de jardinagem, galhos. Muito mais que três ou quatro caminhões de entulho. Então as pessoas estão aproveitando para não pagar o Tele Entulho e colocar lá”, comentou. “E é muito expressivo o número de pequenas sacolas de lixo doméstico. São pessoas que não conseguem segurar o lixo em casa e atiram em terreno baldio”, disse, acrescentando que esse cenário crítico acaba sendo resultado de um conjunto de problemas, como a falta de educação ambiental na população e a fiscalização fragilizada dos órgãos públicos.

 

Próximos passos

Nesse sentido, o grupo vem trabalhando para que o local seja cercado e seja feita a limpeza da área, com a remoção dos materiais. “E também responsabilizar o dono da área. O proprietário. Ele não é responsável pela colocação do material lá, mas é por não fazer a cercania no entorno e impedir que coloquem esse material ali dentro”, esclareceu Paulo, acrescentando que este não é o único “grande lixão” no município, mas que no momento, este é o de maior gravidade. “Constantemente fazemos encaminhamento de outros locais que estão ocorrendo fatos semelhantes, mas este é um pouco além do limite, do exagero”, ressaltou.

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