Mais de 75 mil domicílios serão visitados durante o Censo 2022 em Passo Fundo

Coleta de dados demográficos teve início na segunda-feira (1º)

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Em Passo Fundo, 194 recenseadores e 23 supervisores foram contratados para o Censo 2022. (Foto: Gerson Lopes/ON)Em Passo Fundo, 194 recenseadores e 23 supervisores foram contratados para o Censo 2022. (Foto: Gerson Lopes/ON)
Em Passo Fundo, 194 recenseadores e 23 supervisores foram contratados para o Censo 2022. (Foto: Gerson Lopes/ON)
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Doze anos após a realização do último Censo Demográfico e com um atraso de dois anos em razão da pandemia e ausência de recursos financeiros, a atualização na coleta de informações sobre a população teve início na segunda-feira (1º) em todo o país com uma estimativa de que mais de 75 mil domicílios sejam visitados pelos recenseadores em Passo Fundo. 

Até outubro, os 194 agentes censitários contratados temporariamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irão percorrer os 22 bairros do município para aplicar dois questionários responsáveis por atualizar os principais dados sociodemográficos sobre a população local. “São 12 anos já e houve esse crescimento urbanístico. Então, Passo Fundo é hoje um centro de convergência de pessoas e isso vai repercutir no Censo”, observou o coordenador regional do IBGE, Jorge Bilhar. 

Ao dividir a cidade em 360 setores censitários, explicou Bilhar, o questionário simplificado contendo 26 perguntas será aplicado na maioria dos lares passo-fundenses, cujos questionamentos levam, em média, 5 minutos para serem respondidos. Além das características do domicílio, informações sobre moradores, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo lar, mortalidade e dados da pessoa que prestou as informações serão transferidos para os dispositivos móveis criptografados dos recenseadores. 

Aplicado a uma parcela menor da população, a amostragem ampliada irá coletar dados sobre trabalho, rendimento, casamento, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo. “É com base nessas informações que os recursos públicos são destinados ao município e terá muita importância em função do pós-pandemia para mostrar a realidade da população”, ressaltou o coordenador regional do IBGE. 


Indígenas e quilombolas

Inseridos pela primeira no Censo Demográfico, a população quilombola irá responder um questionamento diferente, assim como as comunidades indígenas, por serem legalmente grupos com culturas diferenciadas. 

Assim, mencionou Bilhar, as lideranças internas de cada tribo ou núcleo tradicional deverá ser contatada previamente para a aplicação dos questionários em Passo Fundo, Mato Castelhano, Coxilha, Gentil, Sertão e Muliterno. “Cada recenseador e supervisor recebeu um treinamento para a aplicabilidade específica nestas áreas”, afirmou. 

Para a realização do levantamento sociodemográfico nas zonas indígenas, foram consideradas áreas censitárias as terras reconhecidas oficialmente pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e os agrupamentos domiciliares, mapeados pelo próprio IBGE, que são áreas contíguas com concentração de residências. 

Além da novidade de abordagem nos agrupamentos tradicionais, na qual será possível mapear a infraestrutura, recursos naturais, educação, saúde e hábitos relativos àquela aldeia ou comunidade, o Censo 2022 manteve o conceito de aglomerado subnormal para as zonas com construções irregulares aprimorando o trabalho de campo com imagens de satélite nas áreas ocupadas. 


Recenseadores

Apesar de Passo Fundo ter preenchido as vagas temporárias de agente censitário e supervisor para trabalhar durante o Censo 2022, algumas cidades da região iniciaram a coleta das estatísticas sociodemográficas sem o quantitativo esperado de recenseadores, de acordo com Bilhar. “Tem, pelo menos, uma pessoa. Só que não está dentro do previsto”, mencionou ao citar as localidades de Marau, Vila Maria, Camargo, Ernestina e Nicolau Vergueiro como locais com editais ainda abertos, até quinta-feira (4), para os postos de trabalho. 

O orçamento do Censo 2022 tem valor destinado de R$ 2,3 bilhões, dos quais 80% foram empenhados para a contratação temporária dos profissionais que trabalham durante o levantamento que revelará as tendências e os parâmetros sobre nascimentos, mortes e migração em cada município brasileiro.

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