Missão Criativa: envolvendo crianças na criação e montagem de brinquedos

Startup de impacto social desenvolve cursos, brinquedos e pesquisa aplicada e gratuita em escola pública de Passo Fundo

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Incentivar a criatividade de crianças é um dos pilares defendidos pela fundadora Andréa Mussi (esquerda) e pela colaboradora Luísa Deon (direita). (Foto: Divulgação/Missão Criativa)Incentivar a criatividade de crianças é um dos pilares defendidos pela fundadora Andréa Mussi (esquerda) e pela colaboradora Luísa Deon (direita). (Foto: Divulgação/Missão Criativa)
Incentivar a criatividade de crianças é um dos pilares defendidos pela fundadora Andréa Mussi (esquerda) e pela colaboradora Luísa Deon (direita). (Foto: Divulgação/Missão Criativa)
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Utilizando como matéria prima o papelão, a iniciativa de uma professora passo-fundense resultou na fundação da “Missão Criativa”, uma startup de impacto social que envolve crianças de 1 a 10 anos na criação e montagem de brinquedos desde 2017.

Surgindo da vontade de encontrar alternativas mais baratas de material para os protótipos produzidos pelos seus alunos, a Missão Criativa tomou forma inicialmente pelas mãos da professora de Arquitetura e Urbanismo da IMED, Andréa Mussi. Explorando o uso do papelão em cortadores a laser, ela projetou os primeiros brinquedos da empresa: um foguete e uma casa. “Isso veio de uma demanda profissional e também porque sou mãe de duas meninas, que sempre estavam brincando de casinha, com caixa de papelão e montando coisas”, contou.

Andréa relata que a Missão Criativa foi se desenvolvendo como um projeto de pesquisa, ensino e extensão junto a crianças e professores de escolas próximas à IMED, apoiada por outros professores e mestrandos da instituição que agora compõem a equipe. Com a realização de workshops no Notre Dame Menino Jesus, no Lar de Meninas da Fundação Lucas Araújo e na Escola Estadual de Ensino Fundamental Monte Castelo, os alunos aprendiam a desenhar e imprimir seus próprios brinquedos, além de montarem e personalizarem os brinquedos dos kits que começaram a ser desenvolvidos pela Missão Criativa. De 2017 para cá, foram projetados cerca de 25 brinquedos distribuídos em 10 kits, que vão desde a montagem de casas, barcos a itens mais pequenos, com junção de peças e parafusos.


Comercialização

A comercialização desses kits começou em abril de 2021, acompanhado da venda de serviços para escolas particulares, com o curso de extensão “Missão Maker”, que reúne todo o trabalho que já era desenvolvido por meio dos workshops. Esse caminho resultou na transformação do projeto em uma empresa, em outubro de 2021.

 

Pesquisa

Não abandonando a pesquisa, nesse caminho Andréa teve dois projetos que passaram a ser financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Desde então, ela vem estudando a criatividade das crianças antes do contato com a Missão Maker e após a introdução a essa nova forma de brincar e aprender. “A pesquisa envolve as crianças do Missão Maker com a instituição privada, além de 50 crianças da Escola Monte Castelo, que estão indo toda a semana na IMED ter essas aulas de maneira gratuita”, explicou Andréa. Essa pesquisa acontece pela Fundação IMED e pelo programa de mestrado em Arquitetura e Urbanismo, onde Andréa é bolsista de Produtividade em Desenvolvimento tecnológico e Extensão Inovadora pelo CNPq.


Recursos

No início do ano, a Missão Criativa foi contemplada com R$ 200 mil do Programa de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE) para Startups de Impactos Sociais, onde por três anos terão a presença de duas bolsistas na empresa. “E isso tudo é pra gente tentar mensurar o que estamos fazendo, se está dando certo”, ressaltou Andréa. “Nossa intenção maior é difundir a criatividade, dar ferramentas e empoderamento para as crianças para que entendam que não precisam ganhar as coisas prontas. Eles agora criam seus próprios brinquedos e vão crescendo com a ideia de que vão poder criar qualquer coisa na vida, que possam ser transformadores do mundo”, refletiu.

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