Com uma demanda represada em função da pandemia, centenas de migrantes que vieram para Passo Fundo e região estão indocumentados, ou seja, sem a documentação ou desatualizada. Essa realidade afeta de maneira direta a vida e a inserção dos estrangeiros, uma vez que impede, por exemplo, o acesso à saúde e ao mercado de trabalho. Visando colocar isso em dia, o projeto de extensão da Escola de Ciências Jurídicas da UPF, Balcão do Migrante e Refugiado, em parceria com a Polícia Federal, realiza, até sexta-feira, 26, um Mutirão da Documentação. A expectativa é atender cerca de 700 pessoas.
De acordo com a coordenadora do Balcão, Dra. Patrícia Noschang Grazziotin, a atividade foi pensada e estruturada junto com a Polícia e nasceu da necessidade de organizar a fila de pedidos de documentação. “Durante a pandemia, os documentos venceram sem a possibilidade de renovar. A expectativa é que agora, a partir desse mutirão, os atendimentos demorem menos e o aguardo não ultrapasse dois meses”, explica.
Entre as principais demandas está a renovação de documentos vencidos, a chamada Carteira de Registro Nacional de Migrante, bem como a primeira documentação. A professora lembra que a ausência dessas documentações impede o acesso aos direitos sociais dentro do Brasil. “Com tudo regularizado, os migrantes poderão organizar a sua vida nas cidades que agora são o seu lar, buscando emprego, sendo atendidos em suas necessidades e colaborando com a sociedade”, salienta.