Em dois meses de trabalho, os mais de 110 agentes censitários contratados temporariamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) concluíram 22,4% da coleta dos dados sociodemográficos da população residente em Passo Fundo durante o Censo 2022.
Previsto para ser encerrado em 31 de outubro, o trabalho de contagem dos habitantes que irá revelar como vivem os brasileiros em cada localidade, além de identificar as características populacionais, foi prorrogado até o início de dezembro, conforme anunciou o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, na terça-feira (4). “A grande dificuldade que se encontrou foi de recrutamento de recenseadores, portanto o IBGE está tomando decisões importantes para aumentar a possibilidade de recrutamento e concluir, com isso, a operação do Censo Demográfico 2022”, disse Azeredo em vídeo divulgado pelo instituto de pesquisa.
A partir da divisão realizada no município em 312 setores censitários, a aplicação dos questionários está sendo feita em 42,9% dos lares passo-fundenses, enquanto 34,6% da coleta ainda não foi iniciada na cidade, de acordo com o monitoramento do principal provedor de informações geográficas e estatísticas do país.
Ao ampliar a atuação dos pesquisadores no Rio Grande do Sul, onde 26,8% dos domicílios foram visitados, os municípios de Sete de Setembro e Tunas são os únicos onde o Censo Demográfico já foi concluído. Em contrapartida, em Victor Graeff, São Martinho da Serra e Pouso Novo o trabalho sequer foi iniciado.
Questionários
Até dezembro, os agentes censitários estarão percorrendo os 22 bairros de Passo Fundo com dois questionários para atualizar os principais dados sociodemográficos sobre a população local. Nas perguntas simplificadas, além das características do domicílio, informações sobre moradores, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo lar, mortalidade e dados da pessoa que prestou as informações serão transferidos para os dispositivos móveis criptografados dos recenseadores.
Aplicado a uma parcela menor da população, a amostragem ampliada coleta os dados sobre trabalho, rendimento, casamento, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo para que, com base nestas informações, os agentes públicos possam trabalhar com um diagnóstico mais preciso sobre as características dos moradores no momento, inclusive, de considerar a transferência de recursos à cidade.
Abandono
O desligamento de pesquisadores, justificado pelo diretor de pesquisas do IBGE como principal fator para a ampliar o prazo de coleta que irá encerrar os 12 anos de defasagem nos dados populacionais, forçou uma reunião entre membros do instituto de pesquisa em Passo Fundo com os órgãos locais e administradores dos condomínios no município em setembro.
Isso porque, segundo mostrou O Nacional em agosto, recenseadores entregaram os cargos diante da dificuldade de acesso aos moradores e ameaças de morte sofridas pelos agentes censitários.
Desde o início da operação, em 1º de agosto, até 2 de outubro, foram recenseadas 104.445.750 pessoas, em 36.567.808 domicílios no país. Destas, 42,0% estavam na Região Sudeste; 27,0% no Nordeste; 14,3% no Sul; 8,9% no Norte e 7,8% no Centro-Oeste. Até o momento, 48% da população recenseada eram homens e 52% eram mulheres, segundo a divulgação preliminar do IBGE.