De diferentes tamanhos e diversas cores, as aves estão por toda parte e chamam a atenção de quem as vê, seja pela beleza das penas, pelo espetáculo sonoro emitido através do canto ou pelo voo que fazem sozinhas ou acompanhadas.
Mais do que simbolizar a liberdade, elas desenvolvem um importante papel junto à natureza. Na Universidade de Passo Fundo (UPF) mais de 150 espécies podem ser encontradas por todo o Campus I e nos espaços naturais preservados da Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fundação Universidade de Passo Fundo (RPPN/FUPF).
Os ambientes do Campus I e dos 32,2 hectares de espaços naturais preservados da RPPN/FUPF, permitem uma riqueza ainda maior de espécies de aves, pois acrescenta ambientes florestais mais evoluídos, ambientes de florestas ciliares ao longo do Arroio Miranda, dando suporte a cerca de 150 espécies entre residentes e migrantes.
“Mais de 60% das aves ocorrentes no município de Passo Fundo podem ser encontradas no mosaico de ambientes da Universidade e da RPPN”, afirma o professor do curso de Ciências Biológicas do Instituto da Saúde da UPF, Jaime Martinez.
O professor destaca que o Campus I se diferencia por ter o que as mantêm vivas: o ambiente. Com isso, todos os anos o espaço recebe a visita de aves migrantes que vêm de regiões mais ao norte do país, geralmente na primavera e verão, para aqui realizarem sua reprodução, a exemplo da tesourinha (Tirannus savana), o Sovi (Ictinia plumbea), o gavião-tesoura (Elanoides forficatus), o Irré (Myiarchus swainsoni) e o bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus).
“Locais que abrigam espécies migratórias são de grande importância pois garantem a preservação de espécies que têm parte de seu ciclo biológico anual em regiões distantes, às vezes, até mesmo em outro hemisfério”, ressalta o professor.
Existem também algumas espécies ameaçadas de extinção que frequentam as áreas da UPF, como é o caso do papagaio-charão (Amazona pretrei). “Essa espécie pode ser avistada quase todos os dias ao final da tarde, sobrevoando sobre os ambientes da UPF, no período de julho a janeiro. Eventualmente, o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) também é observado sobrevoando nesses locais, porém com maior raridade”, destaca Martinez.