Buscando suprir o déficit de agentes censitários para concluir a coleta de informações sociodemográficas durante o Censo 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) abriu um novo edital com 35 vagas para recenseadores em Passo Fundo com flexibilização nas regras para atuar no trabalho de campo em curso há 78 dias.
Até quarta-feira (19), aposentados do serviço público e microempreendedores individuais também poderão registrar a postulação, conforme explicou o coordenador regional do IBGE, Jorge Bilhar. “A Legislação impedia a contratação destas pessoas e, agora, essa decisão no início de outubro retira esse impedimento para a mão-de-obra que perdemos lá no início”, mencionou. “Essa carência está interferindo na produção e no prazo de conclusão por vários fatores. Agora, amenizou um pouco a dificuldade”, considerou Bilhar ao contar sobre a rotina dos agentes censitários no município que enfrentaram desde resistência de moradores para fornecer as informações requeridas até assaltos e mordidas de cachorros.
Ao simplificar o processo de seleção, orientou o coordenador regional do IBGE, os candidatos deverão ir presencialmente ao posto de coleta do órgão federal localizado junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no município, cuja entrada se dá pela Coronel Chicuta. “No último edital que tivemos em Passo Fundo, precisávamos de 70 pessoas e se inscreveram 115. Foi excelente. Montamos o treinamento de quatro dias e, até o fim, chegamos a contratar apenas 35”, afirmou Bilhar ao fazer referência ao índice de desistência dos postulantes. “A pessoa se inscreve e, quando chega o momento, não se adapta ou é chamada em algum emprego formal”, observa.
Metade da população recenseada
Mesmo com as adversidades nos grupos de recenseadores, os 110 agentes temporários do IBGE já visitaram mais de 110 mil domicílios ocupados em Passo Fundo, representando cerca de 50% da população residente, segundo estimou Bilhar.
Ainda assim, pontua, em condições normais de fluxo de coleta este índice deveria estar ultrapassando os 90% dos lares, nos quais predomina a aplicação do questionário simplificado que, além das características do domicílio, contém informações sobre moradores, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo lar e mortalidade. “Leva um pouco mais de 20 minutos desde que a pessoa esteja em condição de receber os recenseadores”, disse o coordenador regional do IBGE.
O atraso na coleta dos dados, transferidos para os dispositivos móveis criptografados dos agentes censitários, também é observado nos municípios da região. “Em Pouso Novo não tem ninguém. Nas cidades pequenas a falta é de uma ou duas pessoas. Vamos chegar lá e falar com cada Prefeitura”, pontuou. “A área rural é diferente da urbana e, às vezes, a dificuldade é maior. O ideal seria uma pessoa da localidade para fazer o Censo porque já conhece a região”, considerou Bilhar.
Remuneração
Os recenseadores são remunerados por produtividade, de acordo com a quantidade de residências visitadas e pessoas recenseadas, considerando ainda a taxa de remuneração de cada setor censitário, o tipo de questionário preenchido, seja básico ou amostra, e o registro no controle da coleta de dados que será encerrada em dezembro deste ano.