“Os municípios não estão interessados no Censo”

Coordenador do IBGE, Jorge Bilhar, lamenta a falta de apoio das prefeituras para que o processo tenha êxito

Por
· 3 min de leitura
Muitos recenseadores trabalham direto o dia todo e finais de semana e ainda fazem horários alternados para encontrar as pessoas em casa. (Foto: Gerson Lopes/ON)Muitos recenseadores trabalham direto o dia todo e finais de semana e ainda fazem horários alternados para encontrar as pessoas em casa. (Foto: Gerson Lopes/ON)
Muitos recenseadores trabalham direto o dia todo e finais de semana e ainda fazem horários alternados para encontrar as pessoas em casa. (Foto: Gerson Lopes/ON)
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

O Censo do IBGE atingiu 54% da população de Passo Fundo e região, no momento em que já era para estar concluído. A partir desta sexta-feira (04), o trabalho começa a ser intensificado, inclusive com aumento no pagamento para recenseadores, conforme a produção.

Segundo o coordenador da Agência Regional do IBGE, Jorge Bilhar, a estimativa é chegar até o final de novembro com 90% do trabalho concluído. 

Nesta semana mais 43 novos recenseadores foram contratados pelo IBGE, mas a falta de pessoal para a coleta de dados ainda é uma dificuldade. No município de Pouso Novo, que pertence ao posto regional do IBGE, um recenseador iniciou o censo esta semana. “Ainda temos dificuldade de falta de gente e muitos estão terminando o trabalho e não pretendem continuar. Estamos convidando as pessoas para trabalhar, mas compreendemos que muitos vão em áreas de difícil acesso, com carro próprio, com as dificuldades comuns de serem tratados de forma ríspida pela comunidade”, explicou Jorge Bilhar. A agência regional abrange 26 municípios da região.


Campanha

Nos últimos dias o IBGE tem feito campanhas nas redes sociais buscando sensibilizar a sociedade e os gestores, mostrando exemplos a nível nacional. “Enfrentamos uma realidade difícil e fizemos um chamamento aos gestores públicos. O censo traz dados importantes para o legislativo e executivo, são as únicas informações oficiais que o país tem. O que sentimos é que os municípios não estão muito interessados no censo, isso irá interferir no setor público e no privado. Sem informação ninguém irá investir no município, não tem projeção de público-alvo, de estrutura e com isso não há como definir a distribuição de verbas dos impostos para educação saúde, projetos sociais e investimentos para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, explicou.

Bilhar disse que uma das expectativas era o passe livre no transporte público para o deslocamento dos recenseadores, que foi negado. “Avaliamos que o censo não é importante no momento para os gestores, pois o transporte para as eleições foi aprovado. Mas respeitamos às decisões”.


Falta de local

O coordenador afirma que não havia local disponível para o QG do censo e que a agência conseguiu a cedência de uma sala no INSS. “Nós dependemos de todo apoio logístico do poder público, começando com divulgação da importância do Censo Demográfico/2022, isto devia ser constante e prioritário no sentido de conscientização da população em geral e não é só às Prefeituras, mas também o Legislativo e todas às Entidades públicas e privadas. É a única oportunidade de fazermos um cadastro oficial com os métodos técnicos do IBGE, dados estes que são de suma importância para as políticas públicas e privadas, como também, aplicar às verbas dos contribuintes (dinheiro da arrecadação de impostos”.

O Censo Demográfico tem por objetivo contar os habitantes do território nacional, identificar suas características e revelar como vivem os brasileiros, produzindo informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de investimentos da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo. 

É a única fonte de referência sobre a situação de vida da população nos municípios e em seus recortes internos, como distritos, bairros e localidades, rurais ou urbanas, cujas realidades dependem de seus resultados para serem conhecidas e terem seus dados atualizados.

É através do Censo que são produzidas informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas e a tomada de decisões de investimentos da iniciativa privada ou de qualquer nível de governo.


Recenseadores com alta produtividade podem ganhar até R$ 8 mil em 60 dias 

De acordo com Bilhar, recenseadores com alta produtividade receberam de R$ 5 mil a R$ 8 mil em 60 dias de trabalho. O valor varia conforme a Estimativa do Setor Censitário, de acordo com o número de domicílios, pessoas e questionários aplicados. “Temos Recenseadores que trabalham direto o dia todo e finais de semana, como também, fazem horários alternados para encontrar as pessoas em casa. Temos Recenseadores que estão vindo de outras cidades para trabalhar onde há vagas”.


Onde se inscrever?

Cadastro presencial no Posto de Coleta do IBGE, localizado na Rua Cel. Chicuta S/N 3º andar - no Prédio do INSS no horário das 8h às 17h.

Gostou? Compartilhe