A expectativa por comprar itens com preços mais baixos na última sexta-feira do mês de novembro fez com que o período de Black Friday respondesse por um crescimento de 5% nas vendas para os lojistas de Passo Fundo durante a semana passada em comparação ao ano anterior.
Apesar de ser um dia característico, no qual alguns produtos são especialmente catalogados por serem alvo do desejo dos consumidores, os estabelecimentos estendem o período de redução de valores na Black Week. Membro da diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) no município, a empresária Gisele Luz Scheibe Kirinus considerou que o fluxo de clientes nas lojas físicas da cidade não foi tão proeminente como esperado.
Ainda assim, as ferramentas virtuais, como aplicativos de mensagens que permitem as transações comerciais, diminuíram a distância entre os vendedores e os clientes permitindo uma maior comercialização e negociação dos produtos. “O consumidor ainda pode buscar algumas promoções”, lembrou ao mencionar que alguns estabelecimentos mantêm a campanha até o final do mês.
Economia aquecida
A data, que se consolidou como a quinta mais importante para o comércio dentro do calendário anual de celebrações junto ao Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais, deverá injetar R$ 750 milhões no varejo gaúcho, segundo estima a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS).
Ao ressaltar que itens de farmácia e eletrônicos estiveram entre os mais buscados pelos passo-fundenses na Black Friday, Gisele ponderou que o pagamento do 13º salário e as confraternizações de final de ano também acrescem as receitas registradas nesta época do ano. Os smartphones e aparelhos eletrônicos seguiram ocupando os postos principais do ranking de produtos mais vendidos na inauguração da temporada de compras natalícias, seguidos por eletrodomésticos, vestuários, calçados e cosméticos.
Mesmo com a concorrência do comércio digital, muitos clientes ainda preferem pesquisar preços nas lojas físicas, onde a possibilidade de experimentar e tocar o produto antes da compra se torna o principal diferenciador. “Fatores como a garantia de balcão, as condições reais de verificar e testar o produto antes da compra, o serviço de instalação e montagem de equipamentos mais complexos e o atendimento personalizado são atrativos que também favorecem as lojas físicas”, pontou o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.
13º salário
O ingresso extra na renda mensal dos trabalhadores dos setores público e privado se mostra um novo fator anímico para os lojistas. Ao utilizar o dinheiro do 13º salário para o pagamento de dívidas, o crédito do consumidor será habilitado para as potenciais compras de final de ano, observou Koch. “Isso, sem dúvida, traz um alento para o comércio”, enfatizou.
De acordo com estimativa do Dieese, o 13º salário deve injetar cerca de R$ 16 bilhões na economia gaúcha neste final de ano entre os quase 6 milhões de pessoas que receberão o benefício, criado há 60 anos. O rendimento adicional vai movimentar, ainda, R$ 249,8 bilhões na economia nacional e beneficiar 85,5 milhões de brasileiros.