Considerada um símbolo da região sul do país, a araucária é uma espécie fundamental para a conservação da fauna silvestre: a sua semente, o pinhão, é utilizada como alimento por mais de 70 espécies de animais.
Apesar de ser muito conhecida, a planta enfrenta dificuldades de se regenerar naturalmente dentro das florestas. Preocupados com essa realidade, biólogos, professores e acadêmicos da Universidade de Passo Fundo (UPF) se uniram para realizar o plantio de 400 novas mudas de araucárias na Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fundação Universidade de Passo Fundo (RPPN/FUPF).
A ação tem a finalidade de aumentar a produção da espécie que é ameaçada de extinção e melhorar as condições de vida da fauna silvestre. Todo o trabalho é desenvolvido por meio do Laboratório de Manejo da Vida Silvestre (Lamvis) da UPF, coordenado pelo professor Dr. Jaime Martinez, em parceria com o Green Office, a Floresta Nacional de Passo Fundo, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Projeto Charão/Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA). Também são parceiros do projeto o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) e o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCiamb) da UPF.
Primeiras mudas já foram plantadas
As primeiras dez mudas foram plantadas na última quinta-feira (1º), segundo a assessoria de imprensa da UPF. “Iniciamos o processo de enriquecimento florestal da RPPN e ano que vem começaremos o manejo, pois além de criarmos área protegida para preservar a araucária, precisamos ter novos exemplares que substituirão as velhas quando elas morrerem”, explica o professor Dr. Jaime Martinez.
“A araucária depende do manejo dos seres humanos porque ela não consegue competir com as demais plantas que crescem muito rapidamente e deixam ela na sombra, então necessita de manejo até que ela acesse o “teto” da floresta com pleno sol. A partir daí ela consegue se manter sozinha”, comenta o professor.
Presente no plantio das primeiras mudas, o chefe da unidade avançada do ICMBio, Adão Luiz da Costa Güllich, comentou a importância da ação e da RPPN para a preservação da biodiversidade. “Fomos convidados a participar desse importante projeto da UPF e selecionamos algumas matrizes de araucárias da Floresta Nacional de Passo Fundo que deram origem a essas 400 mudas. A RPPN da UPF é uma unidade de conservação federal na qual o ICMBio também tem responsabilidade de ajudar a cuidar, por isso estamos juntos nessa ação. Esperamos que essas mudas se desenvolvam e no futuro possamos vir até aqui registrar o crescimento delas”, disse.