O Centro Regional de Referência (CRR) em Transtorno do Espectro Autista (TEA) na APAE de Passo Fundo completou recentemente oito meses de atuação em Passo Fundo e em 27 municípios da região de Saúde 17 - Planalto. Nesse período foram mais de 470 estratégias e reuniões de matriciamento e de fluxo junto às redes de atendimento a autistas. Além disso, foram realizadas mais de 40 formações permanentes com profissionais das redes de Saúde, Assistência Social e Educação.
O CRR faz parte do Programa TEAcolhe do governo do Rio Grande do Sul e tem como objetivo apoiar os municípios e prepará-los para que possam prestar o atendimento e acompanhamento às pessoas com TEA e suas famílias. Também visa reunir dados sobre o autismo que hoje são inexistentes, como a quantidade de crianças e adultos autistas e se elas possuem acesso à rede de profissionais necessária para o seu desenvolvimento. Esse panorama poderá ajudar o Estado na elaboração de políticas públicas específicas.
De acordo com a coordenadora do CRR, a psicopedagoga Regina Ampese, em poucos meses já é possível fazer alguns apontamentos. “Notamos que há uma defasagem das especialidades médicas de neurologia e neuropediatria na maioria dos municípios de nossa abrangência. O terapeuta ocupacional também é um dos profissionais em falta”, afirma ela. Para atender as redes deficitárias, o Centro Regional realiza atendimentos pontuais com as pessoas com autismo. Em oito meses foram ao todo 130 consultas desse tipo.
Outro ponto negativo identificado, mas que o próprio CRR já está mudando, é com relação ao número de autistas sem a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). “Fizemos um trabalho de orientação e realizamos um mutirão na APAE em novembro. Passo Fundo, por exemplo, tinha apenas 32 pessoas com a carteira. Hoje são 172 com a CIPTEA”, conta Regina. Por meio desses números o governo faz uma leitura da realidade dos territórios para possíveis investimentos.
A psicopedagoga destaca que, nesse início de trabalho, a equipe buscou conhecer as redes e dialogar com elas. “Temos o contato e o retorno dos 28 municípios, inclusive com representantes e pontos focais responsáveis por nos repassar as demandas”, ressalta. Segundo Regina, ano que vem o grupo atuará mais próximo aos territórios, com reuniões e formações in loco. “Para fortalecer as redes de atendimento precisamos ver as suas estruturas e a realidade de cada uma”, conclui.
Dados do CRR de abril a dezembro
331 Estratégias de matriciamento;
145 Ações com familiares;
130 Atendimento pontuais junto à rede;
87 Reuniões de matriciamento com as redes e famílias;
54 Reuniões de fluxo com equipes CRRs com macrorregional e governo;
42 Formações permanentes.
Municípios atendimentos pelo CRR APAE de Passo Fundo
Almirante Tamandaré do Sul; Camargo, Carazinho, Casca, Ciríaco, Coqueiros do Sul, Coxilha, David Canabarro, Ernestina, Gentil, Lagoa dos Três Cantos, Marau, Mato Castelhano, Montauri, Muliterno, Não-Me-Toque, Nicolau Vergueiro, Nova Alvorada, Passo Fundo, Pontão, Santo Antônio do Palma, Santo Antônio do Planalto, São Domingos do Sul, Serafina Corrêa, Sertão, Vanini, Victor Graeff e Vila Maria.
* Com informações de Ascom APAE de Passo Fundo