Dois mil passo-fundenses se negaram a responder o questionário do Censo 2022

Em 12 mil domicílios não foram encontrados moradores e trabalho do IBGE deve continuar até o mês de fevereiro

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Foto: Gerson Lopes/ONFoto: Gerson Lopes/ON
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Apesar dos dados preliminares do Censo Demográfico 2022 apontarem um crescimento de 6% na população de Passo Fundo, cerca de 2 mil pessoas se negaram a responder ao questionário do Censo e em 12 mil domicílios os recenseadores não encontraram nenhum morador. Quando feita a cobertura completa da população, o coordenador da Agência Regional do IBGE, Jorge Bilhar, afirma que os 217.240 habitantes estimados devem aumentar e o trabalho tem a tendência de continuar até o mês de fevereiro em grandes centros como Passo Fundo e Marau.


Dados prévios

Em acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enviou no último dia de 28 de dezembro a prévia da população com base nos dados do Censo 2022 coletados até 25 de dezembro. Anualmente, o TCU realiza o cálculo referente ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a ser repassado às Prefeituras conforme os dados oficiais da população produzidos pelo IBGE. “As pessoas e Prefeitos estão preocupadas de perder o direito ou baixar o fundo de participação, mas o Censo ainda não terminou e esses não são dados oficiais. Em janeiro nosso trabalho continua e em fevereiro também, principalmente em municípios maiores como Passo Fundo e Marau”, esclarece Jorge Bilhar.

O crescimento expressivo do município, que passou de 206.103 habitantes, segundo a estimativa de 2021, para os 217.240 apontados nos dados preliminares do Censo 2022, representa também um avanço de Passo Fundo como polo regional de referência. “Temos empreendimentos sendo instalados, educação em peso e os principais serviços de saúde. Ninguém vai se instalar aqui por configurações geográficas, mas por ter uma população consumidora, que trabalha e estuda”, ressalta o coordenador. “Por isso, vamos correr atrás e não queremos que ninguém fique de fora do Censo. É só a partir dele que vamos ter um verdadeiro levantamento da população”, destaca.


Disque Censo 

Para agilizar o processo e conseguir encontrar a população em casa, o IBGE lançou o “Disque Censo”, com o número 137, disponível das 8h às 21h30 todos os dias da semana. 

Na ligação, a pessoa deve se identificar e repassar dados como endereço completo e o número de telefone. Após ser devidamente identificada, ela deve informar qual o melhor horário para receber a visita do recenseador. Posteriormente, o recenseador pode entrar em contato e então agendar a visita para que o questionário do Censo seja respondido. “Pedimos que as pessoas antes perguntem aos seus familiares se já teve algum recenseador na casa porque um morador do local respondendo ao questionário já é o suficiente”, explica o coordenador da Agência Regional do IBGE.

Levando entre 5 e 10 minutos para ser respondido, 90% dos questionários aplicados em Passo Fundo são simplificados e registram apenas uma amostra, enquanto os outros 10% são questionários que abrangem outras variáveis. 


Recenseadores 

No momento, 40 recenseadores estão em atuação em Passo Fundo, enquanto o contingente ideal seria o de 178, número que representa o total de vagas abertas no início do processo seletivo para trabalhar no IBGE. “Com a chegada do fim do ano, a tendência foi o afastamento de muitos recenseadores. Outro fator, são os empregos permanentes, concursos que estão ocorrendo e os funcionários sendo chamados para empregos formais. Em Passo Fundo e Marau há muita oportunidade de emprego”, pontua Jorge Bilhar, lembrando, no entanto, que o que ainda permanece é a insegurança por parte dos recenseadores, com a constante possibilidade de ameaças e violência. 

Esse medo aparece, principalmente, nas áreas centrais, onde ainda há muitas barreiras para encontrar e ser bem recebido pelos moradores. “Recentemente, um morador ameaçou e puxou um revólver para o recenseador, quando ele foi a noite no apartamento. Isso chama muito a atenção”, alerta o coordenador, destacando as 2 mil pessoas que se negaram a responder o Censo. “As pessoas precisam ter consciência sobre o que é o Censo, entender que é a partir dessas informações que políticas públicas para diferentes áreas são desenvolvidas. Em hospitais, o que um município recebe, é de acordo com o número de habitantes. Então, há uma falta de consideração enorme referente a um levantamento de suma importância”, finaliza Jorge Bilhar.

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