Depois de uma longa espera, finalmente o novo terminal de passageiros do Aeroporto Lauro Kortz, de Passo Fundo, entra em operação. A estrutura faz parte do conjunto das obras de melhorias, que começaram ainda no final de 2020. Já em abril deste ano, a obra teve uma “inauguração”, mesmo com apenas a parte externa concluída. Somente agora as operações são transferidas do antigo TPS - terminal de passageiros, para as novas instalações. Assim, com a chegada do voo AD4858 da empresa Azul vindo de Campinas, prevista para às 09h25, o desembarque dos passageiros será no novo terminal. Em seguida, haverá o embarque no EMB-195, com capacidade para 118 passageiros, prefixo PR-AXF, para os passageiros do voo AD4855 no sentido inverso. Esta é a primeira programação operacional para o novo TPS do Lauro Kortz. Porém, a grande novidade para a história do transporte aéreo regional também está reservada para esta sexta-feira (20), por conta da empresa Gol.
O maior avião
Programada e reprogramada várias vezes, a vinda do Boeing 737-800 será às 11h25, com o pouso do voo GLO2124. Trata-se do maior avião que irá operar não apenas no Aeroporto Lauro Kortz, mas em toda a Região Norte do Rio Grande do Sul. Está na programação a vinda do avião com o prefixo PR-GUB, porém, devido aos constantes temporais dessa época no centro do país, a unidade poderá ser substituída. Até agora, a maior aeronave em operação também é da Gol, o modelo 700 com capacidade para 138 passageiros. Já o 800 comporta 186. Para que se tenha uma ideia de suas dimensões, “o comprimento do charuto (fuselagem) do 800 se aproxima de um velho Boeing-707”, explicou o comandante da Gol, Mauro Piazza, em comparação com os seus tempos de Varig.
Novo patamar
A utilização de uma aeronave com maior capacidade atende às necessidades impostas pela demanda na rota Guarulhos-Passo Fundo. Serão disponibilizados 48 assentos a mais, o que representa um acréscimo de 35% num único voo. Além disso, como a empresa conta com poucas unidades do modelo 700, as operações com o 800 colocam o Lauro Kortz em posição privilegiada no planejamento da malha de voos. Diante disso ainda há expectativa por ampliar as frequências a partir do Lauro Kortz e mesmo pela redução de tarifas. O único impedimento para utilizar o 800 estava relacionado ao PCN (resistência da base) do pátio em frente ao antigo terminal, com riscos de afundar durante as manobras de solo. Agora, no novo, a ampla área tem um nível de PCN elevado.
Short Field Performance
Mesmo com vento de través e pista estreita (apenas 30 metros de largura), os pousos e decolagens deste avião serão possíveis pela utilização da variante SFP – Short Field Performance. O master Piazza conta que o SFP foi desenvolvido pela Boeing atendendo pedido da própria Gol, para permitir o uso no Aeroporto Santos Dumond nos voos da Ponte Aérea. “Passou por um redimensionamento aerodinâmico e conta com recursos de hipersustentação, permitindo operação em pistas menores”, detalhou. Já o comandante Naerton Roratto, que operou por muitos anos no Lauro Kortz, entende que as operações com o 800, devido ao PCN da pista, “serão realizadas com carga reduzida em respeito aos limites do piso”.
A mesma pista
Nos últimos dois anos o sítio aeroportuário de Passo Fundo passou por obras de melhorias e modernização, segundo acordo firmado entre a Secretaria de Aviação Civil (SAC), vinculada ao Ministério da Infraestrutura do governo federal, e a Secretaria de Logística e Transportes, através do Departamento Aeroportuário (DAP). As prioridades foram definidas através de comissões locais. Assim, não ocorreu a esperada ampliação na largura da pista de 30 para 45 metros, como aguardava a comunidade aeronáutica. A opção foi privilegiar a construção de um novo TPS. Mesmo assim, a pista foi totalmente recapeada, recebeu groorving (ranhuras para escoamento da água da chuva), reforço da base do PCN nas cabeceiras e instalação de novo balizamento a LED, além dos PAPIs que auxiliam nos procedimentos de aproximação final. Na prática a pista é a mesma, porém com a nova nomenclatura de cabeceiras 09/27, atendendo às mudanças causadas pela precessão.
O novo TPS
O novo terminal, que começa operar nesta sexta-feira, demorou a ser liberado pela falta de equipamentos como esteiras e Raio-X. As duas esteiras vieram de aeroportos que eram controlados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) – gestora do aeroporto contratada pelo Governo do Estado. Uma esteira é utilizada para bagagens de desembarque e outra para o embarque. As empresas Azul e Gol instalaram seus espaços no amplo terminal de 2 mil metros quadrados que, ainda, receberá balcões da Latam. Já o pátio de tem cinco posições, quatro para Boeing 737-800 ou Embraer 195-E2 e uma posição para ATR-72, além de aproximadamente 16 mil metros quadrados.
O velho TPS
O antigo terminal de passageiros continuará atendo os serviços de controle de rádio e orientação do tráfego no aeródromo. De acordo com o fiscal das obras, engenheiro Itacir Fernando de Souza, além das empresas e da Infraero, a estrutura da Suzuki (serviços de rampa) já deixaram o velho TPS. Explicou que na quinta-feira, “o pessoal que trabalha com a internet faz os últimos ajustes”. E sobre o destino do antigo terminal, explicou que entrará em obras nos próximos dias. “Faremos os ajustes para abrigar a Seção de Combate a Incêndio”, completou.