A última semana de janeiro deve seguir a tendência dos últimos seis meses: chuvas esparsas e pouco volumosas. De acordo com Gilberto Cunha, pesquisador da Embrapa de Passo Fundo, ao longo da semana até o próximo sábado (28), a perspectiva é de dias seguidos com temperaturas elevadas, ultrapassando os 30 graus, sem chuvas consistentes, apenas pancadas e chuvas isoladas. Essa é expectativa pelo menos até o próximo final de semana, o que, segundo Cunha, não atenua o grande problema que o Estado vem enfrentando, com falta de chuvas uniformemente distribuídas. Desde julho o Rio Grande do sul regista chuvas abaixo do padrão do clima de 2022.
“A tendência é de que janeiro siga com chuvas abaixo dos 174mm para o mês”, disse. Até esta segunda-feira choveu 129mm, bem abaixo do que esperado. “Não existe perspectiva de chuvas substanciais e temos duas preocupações, com o processo que se acumula desde julho, com chuvas abaixo do padrão normal e que ainda não estávamos sentindo claramente o efeito com evaporação baixa, porém, neste começo do verão a evaporação aumenta e com isso vimos claramente a baixa da disponibilidade de chuva acumulada, especialmente em rios, açudes, barragens, lagos e o armazenamento da água no solo, que afeta a agricultura. Ainda temos a questão do abastecimento com várias cidades já em situação de emergência”.
Cunha destacou que o reflexo do efeito La Niña ainda estará presente, mesmo com o indicativo de seu final nos próximos três meses. “A partir de fevereiro, março e abril acontece o encerramento do evento La Niña, mas a situação não muda instantaneamente, por isso é fundamental a preservação e o uso racional da água”.
