Caminho de Santa Júlia é aberto à comunidade regional

Itinerário espiritual em homenagem a Santa Júlia Billiart tem mais de 1 km e 20 marcos simbólicos que remontam a vida da religiosa

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Foto: Divulgação/Notre Dame Foto: Divulgação/Notre Dame
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Movidos pela fé da precursora da Congregação das Irmãs de Notre Dame, a Santa Júlia Billiart, na última quinta-feira (2) foi inaugurado o itinerário espiritual “Caminho de Santa Júlia”, localizado na propriedade da Casa Santa Cruz, em Passo Fundo. O ato inaugural marcou a abertura das atividades do ano do Centenário de Presença Notre Dame no Brasil e a oferta de mais um destino turístico religioso para o município. 


Caminho de Santa Júlia 

Se somando às tradicionais Romarias de Nossa Senhora Aparecida e a de São Miguel, que movimentam toda a região com destino a Passo Fundo, desde a última semana o Caminho de Santa Júlia está aberto à comunidade. 

O caminho contorna a propriedade da Casa Santa Cruz, espaço para retiros e formações mantido pelas Irmãs de Notre Dame, a cerca de 3km do centro de Passo Fundo. Embelezado pelo contato com árvores nativas, com espécies variadas de flores e com símbolos e citações extraídas das cartas escritas por Santa Júlia Billiart, o itinerário espiritual se estende por 1,3 km.

Ao todo, 20 marcos formam a trilha, cujo trajeto pode ser feito individualmente ou em grupo, sob a supervisão de um guia e com o auxílio de uma publicação elucidadora. Em cada um dos marcos, um símbolo remete à vida de Santa Júlia Billiart, frutos de doações feitas por famílias de Passo Fundo e região. 

Além do símbolo, uma citação extraída das incontáveis cartas escritas por Júlia, santa de origem francesa, é apresentada aos fiéis. “Percorrendo os marcos fincados na terra, peregrinaremos com Santa Júlia pelos insondáveis mistérios da vida e pela obra de Jesus Cristo”, sintetiza a Superiora da Província da Santa Cruz da congregação religiosa, Irmã Dirce Slaviero, que salienta que o projeto, sugerido pelo devoto Gustavo Rigon Bonotto, foi concretizado por ocasião do centenário da presença Notre Dame no Brasil.

Foto: Divulgação/Notre Dame


Santa Júlia Billiart

Nascida na França, em 1751, Júlia dedicou os 64 anos de sua vida à devoção ao Criador, à atividade religiosa e à missão de difundir a bondade de Deus. Nem mesmo a mobilidade comprometida por uma paralisia a impediu realizar uma missão evangelizadora e educacional que ultrapassou os limites geográficos, administrativos e conceituais de sua época. Fundada em 1804, em terras francesas, a Congregação Notre Dame está presente em 19 países, contribuindo para que a benevolência divina seja conhecida.

Presente no Brasil desde 1923, as Irmãs se dedicam às áreas da Assistência Social e da Saúde. A relação entre Júlia e o País, no entanto, é ainda mais estreita, visto que foi um milagre realizado no Estado de Santa Catarina que levou a sua canonização, em 22 de junho de 1969. 


Canonização de Júlia Billiart 

Foi em 1950, em Campos Novos, município situado no oeste catarinense que se deu a cura milagrosa que levou Júlia Billiart à canonização. Otacílio Ribeiro, um agricultor residente naquela localidade, repousava em um leito hospitalar, acometido por uma doença em estágio terminal, quando a sua esposa, acompanhada de um grupo de Irmãs de Notre Dame, iniciou uma novena pedindo a intervenção da, então, beata pela sua cura. Já no terceiro dia, Otacílio deu sinais de recuperação. O médico que o assistia atestou, à época, que a cura não teria ocorrido por intermédio da Medicina.


Casa Santa Cruz 

Além do Caminho de Santa Júlia, outra razão faz da Casa Santa Cruz um destino a ser visitado pelos cristãos. Na Capela da Santa Cruz encontra-se uma relíquia da cruz em que Jesus Cristo viveu seus últimos instantes. Doada às Irmãs de Notre Dame em 1959, por uma família egípcia refugiada em São Paulo, como sinal de gratidão pela acolhida com que sua filha havia sido recebida no Colégio Notre Dame Rainha dos Apóstolos, a Relíquia do Santo Lenho da Cruz havia sido obtida pelo patriarca, natural de Jerusalém, por serviços prestados à Igreja. A herança de valor inestimável, cuja autenticidade é atestada em documentos, passara de geração em geração por mais de 500 anos, antes de ser presenteada à Congregação. 

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