Um Censo Demográfico com adiamentos, transferências, carência de pessoal e algumas rejeições da população terá resultado final em 28 de junho. Inicialmente programado para 2020, devido a pandemia, foi adiado para 2021 e depois para 2022, quando iniciou em 1º de agosto. Na quarta-feira, 03, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comunicou sobre os novos prazos. De acordo com as informações do coordenador regional do IBGE, Jorge Benhur Bilhar, esta é uma edição atípica, onde a Coordenadoria de Passo Fundo, que abrange 26 municípios, contou mais tecnologia e menos pessoal para o trabalho de campo. “Necessitávamos de 178 pessoas, mas nunca superamos a marca de 120. Temos tecnologia de ponta, mas falta gente preparada para algumas das funções mais complexas que o aplicativo exige”, explicou. Outro grave problema foi superar a recusa de algumas pessoas em responder o questionário. Mesmo assim, a Regional atingiu a meta que era de 95% das residências.
Revisão e cruzamento
Antes de o IBGE bater o martelo para o fechamento do Censo, ainda há um prazo intermediário que é 28 de maio. “Até lá vamos continuar com a revisão em Passo Fundo e região. Vamos voltar aos domicílios de muita gente que não respondeu ou locais onde não encontraram ninguém”. Além disso, Bilhar também disse que houve em torno de duas mil recusas, que também entram nessa fase de arremate do mapeamento da população. “Vamos voltar e tentar convencer os moradores para que respondam”. Dessa forma, ele busca cobrir os 5% de locais que ficaram de fora para que o trabalho resulte em um censo ainda mais preciso na área de abrangência da Regional.
Do satélite aos cartórios
Além da tabulação de dados dos questionários, o IBGE conta com outras importantes ferramentas para obter a maior precisão possível no Censo Demográfico. “Nas imagens de satélite cada casa ou prédio irá gerar uma coordenada. Isso permitirá uma conferência da qualidade da informação. Temos locais ocupados, vagos (à venda, não entregues) e de ocupação ocasional (estudantes)”, disse Bilhar. E não é apenas isso. Na reta final do censo entram as informações oficiais dos cartórios, como números de nascimentos e mortes, que permitem um cadastro administrativo para cruzar dados, obtendo uma conferência para garantir maior precisão estatística.
Primeiras constatações
O resultado final conheceremos apenas no final de junho. Porém, como determina a legislação, em dezembro já foi divulgada uma prévia que apontou um indicativo inicial de 217.240 habitantes para Passo Fundo. “É apenas uma estimativa, pois agora estamos ainda na revisão dos dados. A população real conheceremos após os cruzamentos necessários”. Porém, com a sua experiência em estatística, Bilhar já detectou algumas novidades. “Diminuiu a média de pessoas por residência, que agora é de 2,6. As famílias também estão menores, especialmente na área central. Ainda é visível a saída das pessoas do campo para a cidade. Não que elas não produzam mais. Ainda trabalham lá no campo, mas moram aqui na cidade”.