O frio chegou de forma mais efetiva desde a última semana e tem animado os lojistas, aquecendo as vendas depois de um período de baixas. Devido ao La Niña, fenômeno que causa o aumento de temperaturas e o volume de chuvas, o frio demorou para chegar a Passo Fundo neste ano, refletindo na baixa procura por roupas de inverno e eletrodomésticos para aquecimento das residências.
De acordo com diretor da CDL Passo Fundo e integrante da Associação Gaúcha do Varejo (AGV), Roberto Estivallet, o momento é de aumento nas vendas. “Primeiro tivemos uma retração de mercado em função do calor. Tivemos março, abril, maio e uma parte de junho com temperaturas acima da média, então, realmente a confecção e calçados não girou porque o que estimula é o frio e também tivemos quedas na venda de fogões a lenha, aquecedores e ar condicionado. Mas assim que aconteceu o frio o mercado respondeu prontamente”, conta.
Segundo Estivallet, no setor de eletrodomésticos as vendas também aumentaram. “Compraram tudo o que não tinha saído nos últimos dois meses, claro que não recuperamos tudo o que foi vendido ano passado porque estava mais frio. O setor de confecções e calçados sempre reage um pouco mais tarde, na segunda semana de frio, principalmente quando tem queda na temperatura acompanhada da chuva, porque as pessoas às vezes têm dificuldade de secar as roupas possibilitando a compra”, disse.
O lojista Hamer Jaber conta que sentiu o aumento nas vendas com a maior procura por roupas de frio. “Normalmente o inverno vem mais cedo, este ano foi diferente.Mas aí quando esfria, quando vem a neblina, aquela geada, começa a aumentar a procura por básica de lã, blusa e calça térmica, meia peruana que é aquela forrada para usar em casa, touca. Agora também tem as férias e muitas pessoas vão viajar e querem sair com uma roupa nova, então aumenta a procura”, diz Jaber.
Outro ponto apontado pelo Estivallet é que com a baixa temperatura e muita chuva, ocorre uma queda na procura por restaurantes. “Também tivemos uma baixa demanda em função da chuva nos restaurantes. Com o frio e tempo seco elas voltam a suas atividades normais, mas quando está muito frio e chuva as pessoas se retraem em casa”, comenta.
Melhores condições de pagamento
Estivallet afirma que os lojistas estão oferecendo melhores condições de pagamento, até mesmo com a possibilidade de algum desconto adicional. “O mercado neste momento está aquecido e está vendendo bem. Então as pessoas não devem deixar de negociar uma condição a mais, aproveitando essa disponibilidade dos lojistas estarem com um pouco a mais de estoque, dessa forma, pode comprar com um preço mais baixo, tendo facilidade no crediário”, disse.
Crediário tem aumento na procura
A utilização do pagamento com o cartão de crédito é uma facilidade para o consumidor, porém os juros são bastante elevados o que tem feito que muitas pessoas procurem usar os crediários das lojas. “Nós temos tido um aumento de venda no crediário em função do comprometimento do cartão de crédito com a alimentação. Estamos identificando junto aos consumidores, um comprometido à renda com o mercado, então o carnê voltou a ser uma opção, não compromete o limite do cliente e os juros são bem menores que o cartão de crédito”, explica.
