Área da Manitowoc deverá abrigar empresa de produção de silos

Empresários de Passo Fundo, atentos à crescente demanda por armazenagens de grãos no Brasil, pretendem iniciar a produção de silos assim que for resolvida a questão judicial que envolve a área

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Espaço de 450 mil metros quadrados está inoperante há sete anos  Foto: Arquivo ONEspaço de 450 mil metros quadrados está inoperante há sete anos  Foto: Arquivo ON
Espaço de 450 mil metros quadrados está inoperante há sete anos Foto: Arquivo ON
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O Comitê das Entidades Empresariais de Passo Fundo lançou na última semana uma carta manifesto de apoio à retomada das atividades industriais na área da antiga Manitowoc, localizada na ERS-324. Em reunião extraordinária, os integrantes do grupo decidiram, de forma unânime, defender a união de esforços da sociedade, do poder público e da iniciativa privada para que o plano de negócios apresentado pela PAR Soluções Agrícolas seja colocado em prática.

 

Nove entidades

 

O documento, assinado pelos presidentes das nove entidades que compõem o comitê, afirma que, "após sete anos sem utilização, o espaço nobre de 450 mil metros quadrados não pode ficar inoperante, como símbolo de uma imagem de abandono e de litígio que não constrói". O texto acrescenta que a proposta da PAR Soluções Agrícolas, que adquiriu o CNPJ para operar na área, pertencente ao município, é a fabricação de implementos agrícolas, especialmente soluções relacionadas à armazenagem da produção. Com isso, trata-se da possibilidade de viabilizar "um projeto sustentável, exequível e com um modelo de negócio em linha com a atividade econômica que mais cresce no Estado e no país".

 

 Alternativa

 

Na avaliação do Comitê, formado pela CDL Passo Fundo, Sindilojas, Sinduscon, Acisa, Sindicato Rural, SindiContábil, Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares de Passo Fundo (SHRBS), Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincogêneros) e Consepro, o empreendimento traz diversos benefícios e pode colocar a cidade e a região em um patamar ainda mais elevado de crescimento. É uma solução concreta para trazer mais empregos, necessidade de mão de obra altamente especializada, mais renda, arrecadação de impostos e desenvolvimento. Além disso, vai demandar outros negócios no seu entorno, trazendo oportunidades para mais pessoas empreenderem.

 

 “Não podemos esperar mais para retomada da utilização da área”, dizem o empresários.

O documento encerra com um apelo à sociedade: "Como representantes do setor produtivo, manifestamos nosso irrestrito apoio para que todos os envolvidos — governos, empresas e instituições públicas e privadas — possam, com visão coletiva e amor pela nossa cidade, superar as amarras. E assim, com responsabilidade, não perder a chance de contribuir para o desenvolvimento de Passo Fundo, do Rio Grande do Sul e do Brasil".

 

Investimento

O plano de negócios da PAR Soluções Agrícolas, do empresário Antônio Roso, prevê investimento de R$ 50 milhões no empreendimento, com geração de 150 empregos diretos no primeiro ano, e 300 no quinto.

“Nós compramos o CNPJ da Manitowoc no começo do ano, e estamos fazendo um trabalho para resolver essa questão Jurídica que envolve a área. Mas a ideia é retomar a atividade de indústria com a produção de silos para a armazenagem de grãos e de minério, com estruturas metálicas”, explica ele.

A empresa deve seguir atuando dentro do mesmo ramo em outros empreendimento da PAR Soluções Agrícolas, e tem o objetivo de atender uma demanda do agronegócio do Brasil. “A demanda atual é de aproximadamente 250 milhões de toneladas de grãos por ano, mas o Brasil vai  produzir nas próximas safras 317 milhões de toneladas. Quer dizer que tem um grande mercado para isso para a próxima década. Podemos dizer que a produção deste segmento não acompanha o crescimento do agronegócio, especialmente soja”, disse o empresário.

 

Ele explica que o potencial mercado de atuação da empresa será todo o território nacional, já que há poucas grandes empresas que atuam neste segmento. Em relação ao início das atividades, Roso explica que deve acontecer imediatamente após a resolução ao problema jurídico que envolve a área.

 

Situação

 

A disputa pela área se arrasta na justiça desde janeiro de 2016, quando a Manitowoc anunciou o fim das atividades industriais na cidade. A principal razão era a queda na demanda pelos produtos da empresa, provocada pela crise econômica instalada no Brasil.

O então vereador Patric Cavalcanti ingressou com uma ação civil pública pedindo a retomada da área à Prefeitura, semanas após a multinacional anunciar o fim das atividades industriais em Passo Fundo. 


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