Chuvas acima da média e reservatórios cheios em Passo Fundo

Os índices pluviométricos estão muito acima da médica histórica, refletindo positivamente nas barragens do arroio Miranda e da Fazenda

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Barragem da Fazenda da Brigada é responsável pelo abastecimento de 40% do município de Passo Fundo  Fotos: Divulgação  Barragem da Fazenda da Brigada é responsável pelo abastecimento de 40% do município de Passo Fundo  Fotos: Divulgação
Barragem da Fazenda da Brigada é responsável pelo abastecimento de 40% do município de Passo Fundo Fotos: Divulgação
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Faltando pouco mais de uma semana para encerrar julho, os índices de chuva registrados neste mês estão acima da média histórica. Os dados são positivos, pois trazem reflexos benéficos para o abastecimento de água do município, que vinha de um período bastante crítico, com o nível das barragens abaixo da capacidade máxima.

Segundo o analista da Embrapa, Aldemir Pasinato, a chuva de julho para Passo Fundo, até o momento, é 231.5 milímetros, o que corresponde a 42% acima da média histórica para todo o mês, que é de 163 milímetros. Os números não surpreendem o analista, visto que já era esperado um aumento no volume de chuva, depois de longo período de estiagem. Alguns fatores influenciaram para que aumentasse a quantidade de chuva, e o principal deles é o efeito do El Niño. “Já havia a expectativa de chuvas acima da média a partir da metade de 2023, e isso está se confirmando, e essa perspectiva se mantém para os próximos meses. A probabilidade de chuva acima da média começa a se concretizar”, explica Pasinato.

Apesar do grande volume de chuvas registrado neste mês, Pasinato esclarece que ela não foi distribuída de forma uniforme neste período, especialmente porque houve a incidência de um ciclone extratropical, que fez com que chovesse um grande volume em um curto período de tempo. “Foi uma quantidade de chuva concentrada de forma muito intensa em dois dias, quando foram registrados 114,6 milímetros, ou seja, em poucas horas choveu aproximadamente 70% da média histórica”, destaca.

Previsão de muita chuva

Os dados dos últimos 60 dias mostram que há uma alteração de um cenário que vinha se concretizando nos últimos 12 meses. Desde julho de 2022 choveu abaixo da média histórica em Passo Fundo. Porém, em maio deste ano, a situação começou a reverter, chovendo acima da média, situação que se repetiu em julho. “Historicamente há uma grande variação nos índices de chuva no mês de julho, em 2021 e 2022, quando estávamos sob a influência do La Ninã choveu 34.7mm e 70,3mm, respectivamente. Mas em anos anteriores, como em 2015, por exemplo, nós tivemos 322.5 milímetros, tudo depende de quais fenômenos estão atuando naquele momento”, explica Pasinato.

Ele lembra ainda que as variações positivas nos índices de chuva devem aumentar ainda mais, já que há previsão de chuva a partir da metade desta semana, e se isso se confirmar, vai elevar ainda mais a variação. 

Barragens na capacidade máxima

A grande quantidade de chuva dos últimos 60 dias também reverteu em uma situação que estava preocupando a população de Passo Fundo, que é o abastecimento de água. Depois de um longo período com as barragens operando abaixo da capacidade máxima, os dois reservatórios, tanto da Fazenda da Brigada, quanto do Miranda, estão com estoque máximo.

O superintendente regional do Planalto da Corsan, Aldomir Santi, explica que a Barragem da Fazenda da Brigada é responsável por 40% do abastecimento de Passo Fundo. “Desde julho de 2022 as barragens do município estavam abaixo da normalidade, sendo que nos meses de janeiro e fevereiro deste ano atingiram níveis críticos. Depois desse período, a situação começou a melhorar, e o nível começou a subir, especialmente depois das chuvas de maio e deste mês", pontua Santi.

As duas barragens são responsáveis pelo abastecimento de água para uma população superior a 200 mil pessoas, e a possibilidade das chuvas se manterem acima da média nos próximos meses traz uma expectativa muito boa, especialmente para os meses de verão. “A previsão é de chuva até setembro e outubro bem acima da média, e isso é bom, porque vem fortalecer as nascentes, que sofreram muito com a estiagem, e isso certamente vai refletir positivamente em longo prazo, para enfrentar o verão”, finaliza.

 


 

 

 


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