“Faz um ano que moro aqui, essa é a segunda enchente em um mês. Era meia noite eu e a mulher acordamos e já tinha água por tudo. Recém tinha comprado os móveis da outra enchente, perdemos tudo de novo, roupeiro, geladeira, cama”, lamenta César Rodrigues, de 58 anos. Morador da Rua Leopoldo Vila Nova, localizada entre o bairro Vila Nova e a Santa Maria, o morador mostrava os estragos causados e onde chegou a água na sua casa para a Defesa Civil Municipal.
Na mesma rua, as vizinhas Rosângela Teixeira e Caroline Teles denunciavam que essa situação não acontecia antes no local. “Moro aqui há 50 anos, antigamente tinha problema, mas depois nunca mais tinha ocorrido. Depois que fizeram esse loteamento novo atrás do Shopping Passo Fundo ai largaram a maioria da água aqui e a canalização não aguentou”, disse Rosângela. Destacado também por Caroline, o problema é que a rede de esgoto foi muito mal feita, eles fizeram asfalto novo, mas não ajustaram a canalização de esgoto, então é muita chuva e isso não tem vasão”, pontuou.
O morador João Paulo do Nascimento mostrava o impacto da chuva no assoalho de casa. “Foi tensa dessa vez a chuva, entrou pelo chão estourou os azulejos, fora o telhado que foi quebrado antes pelas pedras. Levamos nossos filhos para meu sogro que mora na frente, a outra vez perdemos algumas coisas e conseguimos ajeitar, mas dessa vez foi muito prejudicado agora vamos ter que ficar uns dias no meu sogro até conseguir arrumar tudo”, relata.
Segundo a Prefeitura Municipal a chuva que causou os transtornos foi mais intensa na madrugada de quarta-feira (04), registrando o volume de 150mm, chovendo mais que a média do mês.
Defesa Civil e secretarias municipais atuam no auxílio à população
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Jair Leandro Maffi, a chuva acabou causando mais estragos na cidade. “Ela foi maior que de 30 dias atrás em termos de estragos na cidade na canalização, nas vias públicas. Da outra vez o alagamento maior foi na Entre Rios, agora não chegou nem perto, então a chuva não foi parelha, em alguns pontos da cidade choveu mais, como na cabeceira do Arroio Santo Antônio, que houve uma inundação”, explicou.
Até o fim da manhã desta quinta-feira (05), a Defesa Civil Municipal tinha o seguinte balanço de registros: 6 árvores caídas; 8 vias interditadas; 34 locais com buracos na pista; 8 bocas de lobo entupidas; 1.400m2 de lona distribuídas;1 semáforo danificado; 25 casas alagadas; 3 muros caídos; 1 remoção de casa; 1 ponte no Capingui, provisória só para carros que foi levada pela chuva.
Os principais bairros atingidos são: Entre Rios, Vila Nova divisa com a Santa Maria, Vila Luiza, Victor Issler, Berthier. “Na Vila Luiza, uma galeria teve um rompimento dentro de um terreno, mas as equipes da Secretaria de Obras já estão atuando no local”, pontuou Maffi.
Conforme o prefeito Pedro Almeida, as equipes de diversas secretarias como Obras, Transportes e Serviços Gerais, Assistência Social e Segurança trabalham com intensidade para recuperar e minimizar os estragos e impactos provocados pela forte chuva. “A previsão de chuva era de 40mm e choveu mais de 150mm, então realmente a cidade vem passando por volumes de chuva altos, assim em todo o Estado nunca antes visto na história. Nós precisamos agir rapidamente com as nossas equipes fazendo manutenção e limpeza, retirando árvores que caíram e dando assistência às famílias, principalmente nesse momento que elas passam por momentos tão sensíveis”, disse o prefeito.
Previsão de mais chuva
Segundo o Boletim do SEMA – Sala de Situação que atua no monitoramento, prevenção e mapeamento de eventos hidrológicos do governo do Rio Grande do Sul, a previsão é de tempo instável nos próximos dias. Nesta sexta-feira (06) a instabilidade fica restrita à metade norte, com eventual queda de granizo e rajadas de vento. No sábado e no domingo (07) e (08) a tendência é que os acumulados de chuva persistam.
O município possui dois locais para abrigar as pessoas atingidas. Caso haja a necessidade de acionar a Defesa Civil, ligar para 3311-1195 ou 153. “ A gente orienta a população para ficar atenta aos níveis dos rios e se houver riscos, saiam de suas residências e acionem a Defesa Civil”, finalizou Maffi.