MP entende como correta a decisão pelo retorno da área da Manitowoc ao município

Decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul é de que a empresa não deve ser indenizada pelas benfeitorias

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Área de 45 hectares retorna ao município para possível realização de licitaçãoÁrea de 45 hectares retorna ao município para possível realização de licitação
Área de 45 hectares retorna ao município para possível realização de licitação
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O Ministério Público do Rio Grande do Sul manifestou que entende como correta a decisão pelo retorno da área da Manitowoc a Passo Fundo. O julgamento ocorreu na última semana (26), onde ficou determinado que os 45 hectares, utilizados pela empresa Manitowoc, até 2016, devem ser devolvidos ao município. A determinação foi confirmada pelos desembargadores da 3ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado, que mantiveram a sentença de 1ª instância.

 

O MP disse que essa foi a posição sempre defendida, com o retorno da área para uma nova oferta, com ampla concorrência e publicidade. “Por entender ser correto o retorno da área ao Município, sem indenização por benfeitorias, com nova oferta pública, haja vista que existem interessados na área. O Ministério Público sempre deixou clara a necessidade de segurança jurídica, o que somente poderia ocorrer com a confirmação ou alteração da sentença. Assim, o MP aguarda a publicação do acórdão e seguirá acompanhando o deslinde da questão”.

 

PAR Soluções Agrícolas


Já a PAR Soluções Agrícolas disse que a empresa aguarda a publicação do acórdão para analisar seu inteiro teor e, a partir disso, consolidar sua avaliação jurídica. “Independentemente disso, reiteramos a qualidade e a sustentabilidade do projeto apresentado. Ao destinar uma área importante para a geração de emprego, renda e desenvolvimento, ajudamos a diminuir o risco do apagão logístico – um dos maiores gargalos do agro brasileiro”, disse a nota.

 

A empresa ainda destacou que vai seguir acreditando em investimentos no município. “A PAR Soluções Agrícolas sempre conduz suas decisões dentro dessa perspectiva regional – com o propósito de promover crescimento e inovação. A trajetória do nosso fundador Antônio Roso testemunha, em si mesma, esse legado de entregas relevantes para o Rio Grande do Sul e o Brasil. Vamos seguir acreditando e investindo em Passo Fundo e na região Norte do Estado. Essa decisão judicial, da qual discordamos, não macula e nem apaga as inúmeras contribuições já partilhadas com a sociedade, a quem agradecemos. A jornada de empreender e inovar é sempre feita de desafios e percalços. E assim, com determinação e resiliência, seguiremos construindo grandes e promissores projetos”, finalizou a nota.


 Prefeitura

A Prefeitura de Passo Fundo aguarda a publicação do Acórdão para manifestação pública. A publicação do Acórdão não tem uma data definida, contudo a expectativa é que ela possa sair ainda nesta semana.

 

Entenda o caso

A disputa pela área se arrasta na justiça desde janeiro de 2016, quando a Manitowoc anunciou o fim das atividades industriais na cidade. Após o anúncio, o então vereador Patric Cavalcanti ingressou com uma ação popular pedindo a retomada da área à Prefeitura.

 

Um dos principais pontos de discussão teria sido o não cumprimento do protocolo de intenções, no projeto de Lei de 18 de abril de 2011, que autorizava a Prefeitura a conceder incentivos econômicos e fiscais à Manitowoc, que previa a criação de 150 novos postos de trabalho direto e 600 postos de trabalho indiretos dentro de cinco anos, sendo de 80 novos postos de trabalho direto e 240 postos de trabalho indiretos no final do primeiro ano de operação. A empresa faria um investimento de R$ 70 milhões de reais no período de cinco anos, sendo R$ 50 milhões até o final do primeiro ano de operações. A previsão de faturamento seria de R$ 250 milhões a partir do quinto ano de operação. Além disso, a empresa se comprometia ao cumprimento de outras questões em benefícios da geração de empregos e renda para Passo Fundo e o Rio Grande do Sul.

 

Em 2022, o empresário Antônio Roso, por meio da PAR Soluções Agrícolas, assumiu o CNPJ da Manitowoc e passou a integrar a ação. A empresa havia se manifestado favorável à devolução da área, mas mediante uma indenização, propondo um acordo no valor de R$ 77 milhões. Já o município de Passo Fundo, fez uma contraproposta de aproximadamente R$ 19,5 milhões. O acordo entre as partes não foi efetivado pela Justiça, tendo o mesmo entendimento do MP, confirmando a sentença de 2021 que determinou o retorno da área para Passo Fundo, sem nenhuma indenização.


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