Clima reflete no baixo movimento de visitantes no maior cemitério da cidade

Tradicional missa aconteceu em uma área coberta, aproveitando a estrutura comum das capelas mortuárias

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O padre Arnildo Fritzen celebrou a missa de finados no cemitério Vera Cruz   O padre Arnildo Fritzen celebrou a missa de finados no cemitério Vera Cruz
O padre Arnildo Fritzen celebrou a missa de finados no cemitério Vera Cruz
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A quinta-feira nublada, com vento gelado, e a presença de chuva em alguns momentos, refletiu no baixo movimento nos cemitérios de Passo Fundo no Dia de Finados. A administração do cemitério da Vera Cruz, o maior da cidade, confirmou que a expectativa era de um fluxo maior de pessoas, porém, enfatizou que, desde o início da semana, o número de visitantes foi expressivo, inclusive faltando vagas no estacionamento.

 

Missa

Todos os anos é realizada uma missa campal no estacionamento do cemitério Vera Cruz. Dezenas de pessoas participam da celebração religiosa. Em razão do mau tempo, neste ano, a missa aconteceu em uma área coberta, aproveitando a estrutura comum das capelas mortuárias.

 “Geralmente são pessoas mais idosas que participam desta missa, e as condições climáticas fizeram com que elas viessem em menor número, além disso, nos preocupamos com o bem-estar daquelas que estão aqui, e por isso tomamos essa decisão”, disse o Padre Arnildo Fritzen, responsável pela celebração religiosa.

O Padre destaca que, o objetivo da missa que acontece no cemitério Vera Cruz, é lembrar dos entes. “Todos os que partiram são incluídos, de forma comunitária são lembrados. Nós celebramos a vitória da vida sobre a morte”, disse ele.

Importância para os cristãos

O religioso afirma que o Dia de Finados é muito importante para os Cristãos, pois neste dia são recordadas as virtudes, as memórias, e as vitórias de todos que já partiram. “Se somos o que somos, é porque herdamos muita coisa de quem nos antecedeu. A própria crença em Deus é uma herança que recebemos, pela instrução dos nossos pais e pela igreja”, disse ele.

O padre ainda enfatiza que todas as pessoas já falecidas são lembradas durante esta missa. “Celebrados todos, mesmo aqueles que ninguém reza por eles, pois todos somos filhos de Deus, independente das crenças, ou das atitudes no dia-a-dia”, finalizou ele.

 

Maria Elizabeth de Oliveira

Como acontece todos os anos, um dos locais mais visitados pelas pessoas que vão até o Cemitério da Vera Cruz, é o túmulo de Maria Elizabeth de Oliveira. Conhecida como a “Santinha Popular”, a menina faleceu em 1965, pouco antes de completar 15 anos. Sua morte aconteceu de forma trágica, em um atropelamento. Pouco depois ela começou a ficar conhecida por atender pedidos dos seus fiéis.

 

Até hoje milhares de pessoas visitam o túmulo de Maria Elizabeth. De diversas cidades do Brasil, as pessoas vêm para Passo Fundo para trazer fotos, flores e acender velas em agradecimento às graças alcançadas.

 

A aposentada Inês da Rocha, de 73 anos, e seu marido, João da Rocha, de 67 anos, visitaram o local na manhã dessa quinta-feira. O casal foi até o cemitério da Vera Cruz para visitar túmulos de familiares, e aproveitaram para fazer orações no túmulo da Santinha Popular. O casal levou flores e acendeu velas em homenagem à menina. “Durante todo o ano eu rezo para melhorar quando estou doente”, disse Inês. O casal vive em Passo Fundo há mais de 40 anos, e desde que estão na cidade, prestam homenagens à Santinha. “Sempre peço pela minha saúde, já melhorei muito, e vou melhorar ainda mais com a fé nela”, disse João.

 

Celebrar a vida

Cada pessoa que visita o cemitério no Dia de Finados tem uma relação única com um amigo ou familiar que está sepultado no local. São momentos de saudade, gratidão e de relembrar os bons momentos do passado. Esse é o caso da guia turística Joceli Guedes. Ela perdeu o marido há 18 anos, o militar Célio Stefenon Guedes, com quem teve dois filhos. Ela enfrentou o mau tempo para levar flores no túmulo do marido.

 “Para mim todos os dias são de Finados, não tem frio, sol e chuva, sempre venho, às vezes até mais de uma vez por semana”, disse ela. “A vida da gente foi maravilhosa, só tenho orgulho, tivemos dois filhos, e tenho muito orgulho da minha família”, complementa.

 

Comércio de flores

Sobre o comércio de flores nas floriculturas instaladas nas imediações do cemitério da Vila Vera Cruz, o empresário Hélio Neckel, que trabalha no ramo há mais de 30 anos, afirma que não houve redução das vendas para clientes que não residem em Passo Fundo. Eles ligam para o estabelecimento, definem a compra e funcionários levam as flores até o túmulo solicitado.

Já a venda feita no balcão da loja, ele explica que será contabilizada durante vários dias da semana. “O feriado caiu na quinta-feira, então algumas pessoas já vieram no cemitério, e outras vão vir nos próximos dias, especialmente no final de semana. É diferente quando o feriado cai em um domingo, quando todas as pessoas vão no mesmo dia”, explica ele.

 

Fotos: Luciano Breitkreitz/ON 



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