Legislativo debate ações de prevenção e combate à dengue

A oportunidade foi aproveitada pelos presentes para discutir o alto número de casos de dengue registrados no município e possibilitou aos órgãos da sociedade civil e a população alinhar ações de combate ao mosquito transmissor da doença.

Por
· 4 min de leitura
Entidades apresentaram estratégias de combate ao mosquito transmissor durante o debate FOTO CÂMARA/DIVULGAÇÃO Entidades apresentaram estratégias de combate ao mosquito transmissor durante o debate FOTO CÂMARA/DIVULGAÇÃO
Entidades apresentaram estratégias de combate ao mosquito transmissor durante o debate FOTO CÂMARA/DIVULGAÇÃO
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A Mesa Diretora da Casa Legislativa promoveu, na noite de quarta-feira (20), uma Audiência Pública para ouvir a comunidade e autoridades acerca das melhores ações de combate e prevenção à proliferação do mosquito Aedes Aegypti no município, transmissor do vírus da dengue. A oportunidade foi aproveitada pelos presentes para discutir o alto número de casos de dengue registrados no município e possibilitou aos órgãos da sociedade civil e a população alinhar ações de combate ao mosquito transmissor da doença.

Segundo dados relacionados à dengue divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde até o último dia 19 de março, são 955 notificações em Passo Fundo, além de 374 casos descartados, 459 casos em investigação, 119 casos confirmados, sendo 80 destes autóctones (originado na própria cidade). Até essa última atualização, não há óbitos no município. No entanto, foram registradas seis hospitalizações de habitantes passo-fundenses, sendo cinco em leitos clínicos e uma em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e outras seis internações de moradores vindos de outras cidades, sendo três em leitos clínicos e outras três em UTI.

 

A vereadora Janaína Portella (MDB), representando a Câmara e autora da sugestão sobre a realização da audiência, coordenou o encontro. Ela reafirmou o compromisso da Câmara Municipal em atender o princípio da participação popular com o objetivo de construir as melhores políticas públicas através dos encaminhamentos feitos pelo grupo participante da Audiência Pública. A parlamentar salientou o notório aumento de contaminações pela doença no município e no Rio Grande do Sul, oportunizando a troca de ideias para construir soluções para combate à epidemia. “Essa audiência visa possibilitar a órgãos da sociedade civil e à população, de forma geral, a opinarem sobre formas de reforçar o combate ao mosquito transmissor da dengue. Também, reforça-se aqui o compromisso e a responsabilidade do Legislativo Municipal em oportunizar e atender o princípio da participação popular, ouvindo entidades e a comunidade para construir as melhores políticas públicas”, reforçou.

Secretaria da Saúde

A secretária de Saúde de Passo Fundo, Cristine Pilatti, reforça o trabalho realizado pelo setor da Vigilância Ambiental e da pasta com treinamentos especializados desde 2023, mencionando ações como o processo de testes rápidos em andamento e destacando a estrutura qualificada para o desempenho das funções para os próximos períodos. “Estamos realizando um trabalho não apenas para agora, mas para os próximos meses, quando os índices costumam subir”, observou.

MP

A promotora de Justiça, Cristiane Cardoso, observou que o Ministério Público vem realizando expediente específico para discutir a situação da dengue desde maio de 2023. Ela lembrou sobre a ampliação da equipe de agentes ser uma demanda da instituição desde 2024. Nesse contexto, Cristine também colocou sobre o MP realizar reuniões frequentes sobre atualização de dados e tomada de decisões, não apenas de Passo Fundo, mas sobre outras cidades da comarca, apontando a atitude da população como decisiva para o combate à doença. “É importante mantermos esse diálogo com entidades de saúde e a população, pois devemos estar preparados. A conscientização popular é fundamental e temos de virar a chave quanto ao descaso para combatermos a doença”, pontuou.

Vigilância em Saúde

A coordenadora da Vigilância em Saúde, Marisa Zanatta, endossou ações realizadas pelo setor sobre a divulgação de combate à dengue. Ela enfatizou sobre o trabalho ser ininterrupto, além da ampliação do número de 30 para 52 agentes de endemias nos últimos tempos e reiterou o valor da educação à população quanto aos seus pertences e terrenos. “Só conseguiremos eliminar os criadouros se tivermos o devido cuidado sobre cada um de nós”, completou.

Núcleo de Vigilância Ambiental

A chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental, Ivânia Silvestrin, relatou estar à frente deste setor desde 2014 e explanou o processo de construção e capacitação da equipe, lembrando desde quando os agentes pertenciam a uma empresa terceirizada, até 2015, chegando à formação do quadro mediante processos seletivos e concurso público, em 2020. Ela explicou sobre a equipe passar por etapas de evolução quanto a tratamentos e ação preventiva, além de expor situações de dificuldades enfrentadas pelos agentes nas rotinas de trabalho que acarretam em prejuízo nos levantamentos e até no combate à proliferação. Ivânia ainda explicou estratégias específicas de combate e justificou a atuação intensa da equipe. “Essas ações são tomadas para termos uma atuação assertiva em regiões consideradas de maior proliferação. Isso tudo é porque ninguém quer que pessoas morram de dengue, de modo que servem para contemplar a prevenção e combate à essa doença”, completou.

No espaço destinado à participação da comunidade, houve manifestações que endossaram as ações de prevenção e combate e questões quanto a procedimentos do setor público. O ex-vereador Neri Gomes, por exemplo, além de saudar as iniciativas, indagou a secretária de Saúde e demais integrantes sobre o número de agentes de endemias contratados, alegando o número de efetivos ser insuficiente proporcional à população passo-fundense. Dentre outras manifestações neste viés, a representante do Saneamento Ambiental da Universidade de Passo Fundo (UPF), Maritânia Pavan, lembrou sobre pessoas de outras cidades serem contaminadas e virem à Passo Fundo para trabalhar ou estudar, colaborando involuntariamente para a contaminação no município, de modo que ela sublinhou a importância da conscientização individual como caminho para mitigar a proliferação da dengue.


Gostou? Compartilhe