Frio aumenta procura por abrigos disponibilizados pela rede de assistência do município

Casa de passagem e abordagens nas ruas integram a frente de trabalho da Secretaria de Assistência Social para amparo a quem está sem abrigo

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Fotos divulgação/ Michel Sanderi/ PMPFFotos divulgação/ Michel Sanderi/ PMPF
Fotos divulgação/ Michel Sanderi/ PMPF
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O frio que castiga o Rio Grande do Sul há semanas impõe um cenário difícil a quem não tem mais do que uma marquise de loja para se abrigar. A sequência de dias e noites com o registro de temperaturas baixas em Passo Fundo, perto de 0° de mínima e não ultrapassando a barreira dos 10°, em muitos momentos, tem sido acompanhada por uma garoa fria, formando um panorama ainda mais insalubre a homens e mulheres pelas ruas. Para atender a população nessa condição, a Secretaria de Cidadania e Assistência Social de Passo Fundo tem atuação em três principais frentes, o que contempla a abordagem social, o Centro POP e a casa de passagem, que registraram uma demanda maior nos últimos dias. 

Conforme observa o secretário da pasta, Rafael Bortoluzzi, é habitual que no inverno ocorra um aumento na procura por esses serviços. Nesse contexto, calcula, a Unidade de Acolhimento Institucional Casa de Passagem Madre Teresa de Calcutá tem recebido entre 25 a 30 pessoas diariamente, alcançando, assim, a sua capacidade de ocupação.

O objetivo da unidade é ofertar acolhimento imediato, emergencial e provisório para pessoas adultas de ambos gêneros (ou famílias) em situação de rua, desabrigo por abandono, migração, ausência de residência e/ou pessoas em trânsito e sem condições de auto sustento. A casa de passagem é uma “residência completa”, caracteriza Bortoluzzi, que oferece cinco refeições diárias, incluindo café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. “As pessoas que necessitam podem tomar o seu banho quente, podem dormir em uma cama boa, fazer as refeições, passar por atendimento técnico”, afirma, ao reiterar que muitas delas não estão, necessariamente, em situação de rua, mas “estão passando por Passo Fundo e, por algum motivo, procuram o local”. A Casa de Passagem Madre Teresa de Calcutá está localizada na Rua Uruguai, 266, Bairro Petrópolis.

 

Secretário Rafael Bortoluzzi diz que, na abordagem social, uma equipe especializada promove a busca ativa de pessoas em situação de rua, oferecendo, por exemplo, alimentação.



 Centro Pop Júlio Rosa

Com número de atendimentos semelhante, mas com foco distinto, o Centro Pop Júlio Rosa tem recebido em torno de 30 a 35 pessoas por dia. A estrutura pública promove o acesso a espaços de guarda de pertences, de higiene pessoal, de alimentação e provisão de documentação. “Esse é um centro de referência onde as pessoas que estão na rua podem se dirigir para permanecerem durante o dia. Há o atendimento técnico para buscar tratamento de saúde, para encaminhamento de documentação, já que muitas pessoas nessa situação acabam extraviando ou mesmo molhando seus documentos”, comenta o secretário. “Também tem muitas pessoas que vêm a Passo Fundo de outras cidades para tentar uma vida melhor, mas, esbarrando em uma série de entraves, acabam indo para a rua. Quando querem voltar a sua cidade de origem, a nossa equipe técnica faz contato com família, e, se for de comum agrado da pessoa que está na rua e da família em recebê-la, nós conseguimos fazer um encaminhamento, pagar a passagem, ajudando com esse retorno. O Centro Pop, que fica não Rua Morom, 2649, funciona da segunda a sexta, entre 8h e 12h e 13h30 às 17 horas.

Mais de 50 mil atendimentos

Conforme o balanço de trabalho recentemente divulgado pela Prefeitura, compilando dados do ano passado, a assistência social prestou mais de 54 mil atendimentos em 2023. O serviço contabilizado ocorreu por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

Além disso, segundo esse mesmo levantamento, o Centro Pop atendeu mais de 5 mil pessoas individualmente e mais de 2 mil migrantes, além de realizar quase 12 mil abordagens junto a pessoas em situação de rua para oferecer acesso aos serviços da rede de assistência social.

Segundo detalha o secretário da Semcas, na abordagem social, uma equipe especializada promove a busca ativa de pessoas que estão em situação de rua, “conversando, identificando, oferecendo a essas pessoas os atendimentos que a assistência social pode lhes entregar, como os encaminhamentos necessários para documentação, alimentação, a possibilidade de banho, de voltar para a cidade de origem quando tem um ponto de referência”. “São serviços completos oferecidos para que as pessoas tenham o mínimo de dignidade no seu dia a dia”, finaliza Rafael Bortoluzzi, em referência às principais iniciativas desenvolvidas na cidade.

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