A equipe responsável pela implosão do silo da Antiga Cesa está na fase final de perfuração e instalação das telas de proteção reforçada envolta do prédio, conforme determina o protocolo das medidas preventivas de segurança. O silo deixará de existir às 9h do próximo domingo (11). Em apenas seis segundos, entre três a quatro mil metros cúbicos de concreto e aço serão transformados em escombros.
Para colocar abaixo o prédio inaugurado em 1961, e que se tornou um dos símbolos do desenvolvimento da agricultura na região norte, os técnicos utilizarão aproximadamente 100 quilos de explosivos. Segundo o responsável técnico pela operação, Jorge Diniz Dias, o “Manezinho da Implosão”, serão cerca de 900 detonações em intervalos de milésimos de segundos. A operação será finalizada em apenas seis segundos. Conforme o especialista, a carga de explosivos estará distribuída apenas na parte térrea do silo e até o terceiro andar do prédio. A queda deve ocorrer no sentido vertical para facilitar a remoção dos entulhos, prevista para ser finalizada em até um mês.
“No caso do silo, pelas características da estrutura, não convém a aplicação de explosivos nos demais andares, por questões de segurança”, explica.
Consultor técnico em explosivos, Fernando Golin Freitas, diz que o material, tecnicamente chamado de emulsão encartuchada, será trazido de Chapecó/SC no sábado e já começa a ser instalado no mesmo dia. “A dinamite tem em sua base nitroglicerina, já a emulsão utiliza nitrato de amônia. Não se usa mais a dinamite por uma questão de custo”, afirma.
Complexidade de grau 8
Responsável pela grande maioria das implosões ocorridas no Brasil desde 1987, incluindo nessa lista, os prédios da penitenciária do Carandiru, em São Paulo, e o Palace II, no Rio, Manezinho classificou a implosão em Passo Fundo com grau de complexidade oito, numa escala de cinco a dez.
No entanto, o risco de danos estruturais nas edificações existentes nas imediações decorrente da implosão é praticamente descartado pela equipe. O silo fica isolado numa área de 29.515m². Mesmo assim, os técnicos utilizarão seis sismógrafos para monitorar o impacto.
Área será evacuada
Desde ontem, um carro de som está circulando pelas ruas que ficam nas imediações do silo, para alertar os moradores sobre a necessidade de evacuação da área no raio de 200 metros. A mensagem orienta principalmente para o fechamento do registro do gás (botijão), fechamento de portas e janelas, desligamento da chave geral de energia.
De acordo com o coordenador do órgão, Fernando Carlos Bicca, aproximadamente 450 pessoas devem deixar suas residências uma hora antes da implosão. Elas serão levadas para uma estrutura que será montada no Parque Linear do Sétimo Céu, pelas empresas Farmácias São João e JR Comércio de Cimentos, cujos proprietários adquiriram a área do Cesa em leilão realizado em outubro de 2021.
O isolamento começará no sábado à noite, às 18h, com a proibição de estacionamento no perímetro. No domingo, a partir das 7h, começa a evacuação da área, com retirada de pessoas e animais e o bloqueio total do trânsito. “A operação de implosão exigirá o bloqueio de um raio de 200 metros ao redor do silo e orientações para os moradores do entorno. A Avenida Brasil e vias adjacentes serão fechadas como medida de segurança”, aponta.
Aviso sonoro de alerta
Na manhã de domingo (11), sirenes serão acionadas em alerta de segurança, para anunciar o fim do prazo de cada uma das etapas, conforme a seguinte sequência:
1º Toque às 8h
Desocupação dos imóveis;
2º Toque às 8h30min
Bloqueio total das vias para
Circulação de trânsito e pessoas;
3º Toque às 8h50min
Inspeção final da área evacuada;
4º Toque às 8h55min
Toque de atenção;
5º Toque às 8h59min
Isolamento da Área Operacional
???? Avenida Brasil sentido centro bairro Petrópolis interrupção antes do viaduto;
???? Avenida Brasil sentido bairro centro interrupção com a rua Álvares Cabral;
???? Rua Rodrigues Alves: Morom/Av Brasil/Rui Barbosa;
???? Rua Almirante Barroso: Morom/ Av Brasil;
???? Rua Nilo Peçanha: Morom/ Av Brasil;
???? Rua RFFSA (lado da Macopan);
???? Rua Álvares Cabral: Paisandu/Uruguai/Lava-Pés;