A geração de vagas de trabalho superou o volume de demissões no mês de agosto em Passo Fundo. Conforme dados consolidados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o saldo positivo foi de 668 postos. O panorama local acompanhou o registrado no Brasil e também no Rio Grande do Sul, que indica resiliência após as enchentes. Em todos os recortes regionais, o setor de serviços puxou o crescimento.
O país ampliou em 232.513 o número de postos de trabalho com carteira assinada no último mês, número 0,49% maior do que o observado no mês anterior. No acumulado do ano, período compreendido entre janeiro e agosto, já foram geradas 1.726.489 novas vagas. Tendo como recorte os últimos 12 meses (período entre setembro de 2023 e agosto de 2024), o saldo de postos de trabalho está positivo, com a criação de 1.790.541 novas vagas. “Com isso, o estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, contabilizou 47.243.764 vínculos, representando uma variação de +0,49% em relação ao mês anterior”, informou o Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo a pasta, não só os cinco grandes grupos econômicos – Agropecuária, Indústria, Construção, Comércio e Serviços-, mas as 27 unidades federativas apontaram crescimentos importantes. O Rio Grande do Sul, por exemplo, criou 10,4 mil vagas de trabalho com carteira assinada em agosto.
Esse é o segundo mês com saldo positivo de empregos formais após as enchentes que atingiram o estado. O número é resultado de 131.781 admissões e 121.368 demissões. “Programas como o RS Qualificação, os Núcleos de Inovação para o Trabalho e o Artesão em Foco contribuíram para o crescimento do mercado de trabalho formal depois dos eventos meteorológicos de 2024. Estamos empenhados em reerguer o Rio Grande”, afirmou o secretário de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella. O saldo gaúcho também é positivo no acumulado de 2024, com 55,8 mil empregos gerados.
Resultados por setor
Numa perspectiva nacional, o destaque de agosto ficou com o setor de Serviços, que criou 118.364 postos. A indústria foi responsável pela criação de 51.634 novos empregos, com destaque para a indústria de transformação (50.915 postos).
Da mesma forma, no estado, o setor de serviços liderou o ranking de vagas com carteira assinada criadas no mês, com saldo de 6.183 empregos. O comércio ficou em segundo lugar, com 2.461 postos, seguido da construção, com 1.724. A indústria teve a menor geração de empregos no período, com saldo negativo de 176 vagas formais.
Em Passo Fundo, no mês, se sobressaiu também o setor de Serviços. Foram 2047 admitidos e 1443 desligados no período pelas empresas da área, registrando um saldo de 604. Em seguida, aparece o comércio, com o saldo de 102 vagas, resultado da admissão de 1135 pessoas, contra 1033 desligamentos. Agropecuária, Indústria e Construção registraram índices negativos, com -3, -17 e -18, respectivamente.
Na análise do vice-presidente de Indústria da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócio (Acisa), e idealizador do Acisa Emprega, Rodrigo Scortegagna, os resultados locais são influenciados pelo fato de Passo Fundo ser uma cidade de referência regional na área de serviços. “Acabamos atendendo e abastecendo muitas cidades aqui do entorno”, observa. Além disso, pontua ele, a proximidade com o final do ano é um estímulo para novas contratações. “A demanda nesse setor naturalmente aumenta em função da época. No Acisa Emprega, notamos que o setor supermercadista é um dos que hoje tem tido mais procura por novos colaboradores. Então, em se tratando de serviços, os supermercados têm puxado uma grande parcela das vagas do nosso programa”, exemplificou.
De janeiro a agosto, o saldo em Passo Fundo também é positivo em 4517 postos de trabalho. Nesse período, novamente as empresas de serviços se destacaram, com 4409 vagas quando descontadas as demissões das contratações.
Esse grupo econômico congrega, por exemplo, as atividades de informação, comunicação, imobiliárias e administrativas, educação e saúde, dentre outras.
Desemprego caiu no trimestre
A taxa de desocupação, também conhecida como taxa de desemprego, recuou para 6,6% no trimestre encerrado em agosto deste ano no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a menor taxa para um trimestre encerrado em agosto desde o início da pesquisa, em 2012.
No trimestre anterior, encerrado em maio de 2024, a taxa havia sido de 7,1%. Já no mesmo período do ano anterior, ou seja, o trimestre encerrado em agosto de 2023, a taxa havia ficado em 7,8%.
A população desocupada ficou em 7,3 milhões, o menor número desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. O contingente é 6,5% menor do que no trimestre anterior (menos 502 mil pessoas) e 13,4% inferior ao ano anterior (menos 1,1 milhão).
Já o total de trabalhadores do país atingiu um recorde: 102,5 milhões. As altas são de 1,2% em relação ao trimestre anterior (mais 1,2 milhão de empregos) e de 2,9% em relação ao ano anterior (mais 2,9 milhões de pessoas).