As reclamações quanto à falta de água em diferentes comunidades de Passo Fundo chegaram aos gabinetes dos vereadores, motivando uma reunião na Câmara. Na manhã dessa quarta-feira (27), a Comissão de Cidadania, Cultura e Direitos Humanos (CCCDH) se reuniu com a empresa Corsan/ Aegea para ouvir explicações e, principalmente, discutir soluções ao problema. No encontro, a empresa garantiu que o sistema de abastecimento receberá obras para resolver os “problemas operacionais”.
Moradores prejudicados pela falta de água em bairros como Valinhos, José Alexandre Zachia e Lucas Araújo, por exemplo, participaram da reunião e apontaram para a necessidade de obras urgentes para normalizar o abastecimento diário, citando reservatórios de água, poços artesianos e melhoria na qualidade da água que chega nas torneiras. Um resumo dessa problemática foi exposto pelo presidente da Comissão, vereador Luizinho Valendorf (PSDB), proponente da reunião e que coordenou os trabalhos.
O gerente Institucional da Regional Planalto Corsan/Aegea, Aldomir Santi, justificou que o sistema de abastecimento de Passo Fundo foi dimensionado para uma demanda populacional menor do que a atual, ocasionando problemas de pressão e vazão. “Temos uma estação de tratamento no São Cristóvão e a outra no São Luiz Gonzaga, com uma tabulação que foi construída há mais de 50 anos. A população e o consumo aumentaram e nós fomos ramificando essa rede, que foi ficando fina. Assim, a tubulação que sai aqui da estação de tratamento do São Cristóvão, até chegar lá no Distrito Industrial, ela não atende mais a demanda”, reconhece.
Com essa realidade, o representante afirmou que haverá um reforço na rede, com projetos já em discussão e análise com a prefeitura. “Temos previsão de começar no fim deste ano uma obra naquele ponto mais crítico que é exatamente lá no Hípica, no Valinhos, no Leão XIII, região onde mais tem problema. Em janeiro, vamos começar o trabalho no Jerônimo Coelho, que também é crítico. Todas essas obras estamos discutindo com o prefeito Pedro há algum tempo, porque a gente tem que apresentar um cronograma de obra”, resumiu, citando que outros projetos robustos estão em planejamento, incluindo para melhorar cerca de mil metros de rede na Av. Rio Grande, além da perfuração de poços artesianos.
Água com odor e gosto
Além dos problemas com o desabastecimento, os relatos sobre o mau cheiro e o gosto ruim na água também foram abordados na reunião. Segundo o gerente Institucional da Corsan, a proliferação de algas na barragem do Miranda, um dos pontos de captação, explica a questão. “É uma situação que ocorre praticamente em todos os anos no período de verão, quando tem alta temperatura, baixa intensidade pluviométrica e alta luminosidade. Faz em torno de 20, 30 dias que surgiu, detectamos isso e começamos a tratar com carvão ativado, um produto que acaba absorvendo essas algas e retirando o odor e o gosto da água”, esclareceu. De acordo com ele, mesmo nessa situação, a água é potável.
Por fim, Santi destacou os canais de atendimento da Corsan para o recebimento de demandas, incluindo o Whatsapp 51 9704-6644 e o Call Center 24 horas 0800 646 6444. “Com certeza, uma equipe vai atender”, garantiu.
O vereador Luizinho encerrou a reunião agradecendo aos participantes e considerou que o encontro foi produtivo e esclarecedor. “Nesta reunião, pudemos esclarecer vários pontos, ouvir a empresa, os representantes dos bairros e oferecer sugestões. Enquanto comissão legislativa, seguiremos acompanhando a situação e o cronograma de ações apresentado pela Corsan/Aegea”, concluiu.