"Vitória, vitória. O exame de ultrassom total e, principalmente, do fígado não deu nada. Não tenho metástase! Sempre Deus no caminho”. Com essa mensagem, o professor Renato Rech Justi, carinhosamente conhecido como Renatão, avisou os amigos pelas redes sociais sobre sua exitosa recuperação de um tumor no olho direito. Seu nome esteve em evidência, especialmente entre os passo-funsenses, no segundo semestre do ano passado quando foi diagnosticado com um tumor raro. Então, foi indicado um tratamento em São Paulo, com o renomado especialista Dr. Rubens Belfort Netto.
Em São Paulo
O tratamento, com custo inicial estimado em R$ 70 mil, teve impulso graças à solidariedade dos amigos que Renatão conquistou em muitos anos atuando como professor e organizador de competições esportivas. “Solidariedade, não apenas em recursos financeiros, mas também em orações me deixa muito positivo. Eu confio em Deus, nos amigos e no médico”, disse, ao embarcar para o primeiro procedimento em São Paulo. O método para tratar esse melanoma é a braquiterapia, que consiste numa radioterapia interna de fonte selada. O procedimento, realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, levou mais de duas horas e teve acompanhamento de uma equipe de nove profissionais. A intervenção foi para colocar uma placa em ouro que conduz radiações para eliminar o tumor.
Procedimento exitoso
Dias depois, a placa foi retirada e a radiação permaneceu agindo para matar o tumor. De volta a Passo Fundo, Renato manteve cuidados redobrados e conviveu com a ansiedade pelo êxito do procedimento. Na semana passada, retornou a São Paulo para, enfim, saber se o processo estava tendo bons resultados. Após longa bateria de avaliações, ele foi encaminhado para um exame de ultrassonografia. “A Dra. Melina Morales, da equipe do Dr. Belfort, realizou o ultrassom. A primeira notícia boa foi que a radiação não atingiu outra parte de olho, apenas o tumor”. Depois, Belfort avaliou que o tumor teve uma diminuição de 25%. “Não aumentando já seria algo positivo, mas o tumor diminuiu de tamanho além da expectativa para quatro meses”, disse Justi.
A melhor notícia
Ao final da consulta, Rubens Belfort prescreveu um exame de ultrassonografia total do abdômen e do fígado. “Foi para rastrear possíveis metástases”, conta o professor. E a espera foi de poucos dias, porém com a angústia multiplicada. Ansiedade que terminou na terça-feira, 28, com os resultados das avaliações realizadas em Passo Fundo, no Hospital de Clínicas. “Tudo OK, sem metástase! A cabeça deu uma aliviada. Parecia que eu estava com um caminhão em cima da minha cabeça”, desabafou Renatão.
Nova etapa
“A médica que aplicou o ultrassom explicou que o tumor vai diminuindo com o tratamento, vai morrendo e, assim como uma uva se transforma em passa, vai murchar. Mas não vai sair do lugar”, conta. Os resultados positivos, que ultrapassam as barreiras do otimismo, ainda não dão por encerrado o caso. Ainda haverá outras etapas. “Até abril vamos ficar no aguardo para nova avaliação. Nesse período é necessário muito cuidado com os olhos, principalmente para evitar um pequeno acidente doméstico com olhos, como recomendou o especialista”. Seguindo a linha evolutiva apresentada pelo tratamento, a tendência é que o tumor diminua ainda mais. “Mesmo sem a placa, que foi colocada no primeiro procedimento, a radiação continua agindo”. Além dela, certamente, os bons resultados obtidos nas primeiras batalhas, darão a tranquilidade necessária para vencer essa guerra.