Alternativa para captação de recursos e ajuda ao próximo. Esses são os dois principais objetivos dos chamados bazares solidários realizados por entidades de assistência social. Em Passo Fundo, a Cáritas Arquidiocesana e a Fundação Beneficente Lucas Araújo são dois exemplos que utilizam a iniciativa como oportunidade de gerar recursos que são investidos dentro das próprias entidades. “A legislação federal prevê a utilização dos bazares solidários como uma forma de arrecadação de recursos, desde que todos os valores angariados sejam investidos nos objetivos sociais que as entidades desenvolvem”, explica Luiz Costella, diretor da Fundação e membro da Coordenação Colegiada da Cáritas.
Cáritas Arquidiocesana
No caso da Cáritas, a iniciativa é oportunidade de gerar recursos que são investidos nos grupos acompanhados pela entidade de duas formas: na capacitação e fortalecimento através do acompanhamento da entidade; e na organização e apresentação de um pequeno plano de aplicação, posteriormente avaliado pela equipe da coordenação colegiada. A entidade tem uma missão universal, mas se organiza de acordo com a realidade específica em cada um dos lugares onde está inserida, envolvendo jovens, mulheres, recicladores, pequenos agricultores, quilombolas, indígenas, comunidades em situação de riscos, entre outros.
Os bazares de roupas usadas são desenvolvidos pela Cáritas desde sua fundação em 1962. Além de roupas femininas, masculinas e infantis, também são colocados à venda por preços acessíveis acessórios e calçados, permitindo que a comunidade seja beneficiada e ainda auxilie no desenvolvimento das ações. É o que comenta a agente Odete Silveira: “Participar do Bazar Solidário é contribuir com essas ações que representam transformação na vida de tantas pessoas. É uma ação que vai muito além de apenas oferecer a compra de produtos com preço acessível, é proporcionar o apoio às ações solidárias”, frisa.
Costella salienta ainda que as roupas vendidas nos bazares são provenientes de programas de captação e que as roupas doadas pela população de Passo Fundo não podem ser comercializadas. “Essas roupas são captadas de locais onde é possível transformá-las em recursos financeiros, aquilo que é doado pela comunidade daqui é repassado de forma gratuita”, afirma. Além disso, em todos os bazares de roupas usadas há um espaço para que os próprios grupos acompanhados pela Cáritas exponham e comercializem seus produtos.
Fundação Lucas Araújo
Já na Fundação Lucas Araújo, o projeto piloto foi realizado algumas vezes em 2014 e, com o resultado positivo, colocado em prática neste ano. Na entidade, o bazar oferece itens produzidos na própria Fundação, como pães, bolachas, verduras e legumes. “Todos os produtos são feitos na própria Fundação e já eram produzidos para dentro da entidade, aí pensou-se em unir as duas coisas. Quem adquire estará ajudando o Lar da Menina, o abrigo de idosos e outros trabalhos da entidade, além de consumir produtos de qualidade e com preço compatível com o de mercado”, destacou Costella.
Participe
Na Fundação Lucas Araújo o bazar solidário acontece toda quinta-feira no hall de entrada do Lar da Menina Pe. Paulo Farina. A venda é realizada das 11h às 14h e das 16h30min às 17h30min. Entre os produtos, a comunidade poderá adquirir pão caseiro integral e branco, biscoitos integrais, bolachas e verduras como alface, rúcula, chicória e temperos diversos, além de artesanatos.
A Cáritas Arquidiocesana realizava o bazar, até o ano passado, uma vez por mês na sede da entidade. Em 2015, porém, passou a apostar na realização da atividade também nas paróquias de Passo Fundo. No mês de maio a iniciativa aconteceu na paróquia Nossa Senhora de Fátima, em junho deve ocorrer no bairro São Luis e em julho na sede da Cáritas.
Receita Federal
Com o slogan “Aqui você não compra, você apoia ações solidárias”, a Cáritas Arquidiocesana também realiza bazares solidários com mercadorias destinadas pela Delegacia da Receita Federal de Passo Fundo. A realização do bazar justifica-se através da Portaria nº 3.010 da Receita Federal do Brasil, de junho de 2011, que prevê que o repasse de mercadorias apreendidas pode ser realizado à entidades sem fins lucrativos, como a Cáritas, desde que a mesma realize “distribuição gratuita em programas relacionados às atividades-fim da entidade” ou “venda em feiras, bazares ou similares promovidos pelo beneficiário, restrito ao uso ou ao consumo da pessoa física adquirente, desde que os recursos auferidos sejam aplicados em programas relacionados com as atividades-fim da entidade” [Incisos I e II do Art. 33].