O Teste Rápido detecta anticorpos contra o HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos. Ao mesmo tempo em que o paciente faz o teste, ele já tem conhecimento do resultado. Em Passo Fundo, o exame começou a ser feito na rede municipal de saúde há quase dois meses e é gratuito. O teste é realizado com apenas duas gotinhas de sangue obtidas através de uma picadinha no dedo.
O exame é realizado nos cinco Cais, em 18 ESFs e em dois ambulatórios. Enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e assistentes sociais foram capacitados para fazer o teste rápido. De acordo com a enfermeira do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), do Ambulatório de DST/Aids, Nádia Camargo, nas unidades básicas é oferecido o exame para as gestantes e seus companheiros e no ambulatório de DST/Aids, o teste é realizado para toda a população. A diferença do Teste Rápido para o Teste Elisa está no tempo de espera do resultado. “O resultado do Teste Rápido fica pronto em 30 minutos e o Elisa entre 10 a 15 dias. Além disso, o teste rápido é feito através de uma picadinha no dedo. Os dois são confiáveis”, explicou a enfermeira.
Os pacientes recebem o aconselhamento pré e pós-teste. “Durante o pré-aconselhamento explicamos o que é o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis. No pós-aconselhamento é dado o resultado ao paciente e repassamos todas as orientações sobre os riscos e prevenção”, disse Nádia.
O paciente é avaliado e se tiver em situação de exposição de risco deverá repetir o exame em 30 dias, devido a janela imunológica, que é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da Aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue.
A procura pelo Teste Rápido aumentou, mas ainda há certa resistência dos pacientes. “Com o Teste Rápido os pacientes não ficam mais tão ansiosos esperando o resultado em casa. Mas, ainda há uma resistência pelo medo de saber o resultado na hora, ou pela pressa das pessoas, que muitas vezes, não tem tempo de esperar 30 minutos”, ressaltou a enfermeira.
O Ministério da Saúde está investindo no diagnóstico precoce da doença. “A importância do diagnóstico precoce é para que se comece o quanto antes o tratamento. Sabemos também que tem pessoas que são portadoras do vírus do HIV e não procuram uma unidade de saúde e ficam transmitindo o vírus para outras pessoas”, salientou Nádia.
“Já fiz o teste diversas vezes e indico pra todos”
Um aposentado, de 63 anos, é exemplo para muitas pessoas. Ele já fez o exame diversas vezes e recomenda o teste rápido. “Venho mais por segurança. Sempre me previno, mas mesmo assim, dizem que com toda a prevenção ainda estamos correndo risco.Indico pra todos e para todas as idades”, declarou o aposentado.
Teste Rápido
De acordo com o Ministério da Saúde, desde março de 2006, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais vem implantando o teste rápido como diagnóstico da infecção pelo HIV no Brasil. Esta metodologia é utilizada no mundo inteiro e traz vantagens significativas quanto ao método laboratorial, pois são de simples realização, dispensando a atuação de profissionais especializados e de equipamentos de laboratório, permitindo o conhecimento imediato dos resultados e assistência imediata aos pacientes.
Onde fazer o Teste Rápido?
O Teste Rápido deve ser feito por qualquer pessoa que tenha passado por uma situação de risco. Após a infecção pelo HIV, o sistema imunológico demora cerca de 30 dias para produzir anticorpos em quantidade suficiente para aparecer no teste. É aconselhável que se faça o exame após este período. As pessoas devem procurar o ambulatório de DST/Aids, localizado nos fundos do Hospital Municipal. Gestantes e seus companheiros podem realizar o teste em uma unidade básica de saúde como Cais, ESFs e ambulatórios. Informações pelo telefone (54) 3311-7236.
Transmissão do HIV:
- Sexo sem camisinha - pode ser vaginal, anal ou oral.
- De mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação - também chamado de transmissão vertical.
- Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa.
- Transfusão de sangue contaminado com o HIV.
- Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.