Barulho gera reclamação e impasse entre moradores e o CTG União Campeira, localizado na rua Aspirante Jenner, no bairro Santa Maria. A entidade tradicionalista locou o CTG para cultos evangélicos durante o último final de semana e causou desconforto na vizinhança. Uma das moradoras gravou um vídeo para denunciar o barulho. Já o CTG alegou que não houve poluição sonora e irá ingressar com uma ação na justiça contra a moradora.
A moradora, que reside próximo ao CTG há 25 anos e prefere não ser identificada, salientou que nos últimos tempos está havendo excesso de barulho no local. Tudo começou com os ensaios de uma invernada durante à noite, que a princípio já foi resolvido, e agora a preocupação e o incômodo são com os cultos evangélicos. “Sempre teve barulho, mas era de vez em quando. Primeiro tinha a invernada que ensaiava até meia noite e chegou num ponto que ninguém mais aguentou. Eles gritavam, cantavam e batiam as botas. Denunciamos na SMAM (Secretaria do Meio Ambiente) e para a Brigada Militar e até agora está tranquilo. O problema é que neste final de semana começou uns cultos de Igreja e estamos preocupados que o barulho que eles fizeram se repita nos próximos finais de semana”, disse a moradora.
De acordo com outra integrante da família, no sábado (09) o culto começou por volta das 19h e encerrou às 22h. Já no domingo (10), outro culto foi registrado das 15h às 19h. “Estudo pra concurso e foi um tormento. Eles gritavam muito”, revelou a estudante.
A moradora disse que já entrou em contato com a 7ª Região Tradicionalista (7ªRT) para denunciar a preocupação. A coordenadora da 7ª RT, Gilda Galeazzi, informou que já entrou em contato com a patronagem do CTG União Campeira. “A entidade existe antes dos moradores. Todos os CTGs estão nos bairros. Inclusive a pastora que locou mora do lado do CTG. Essa pessoa que está reclamando não mora nem do lado. Não excedeu barulho nenhum. Depois que foi morar ali só ela está sendo incomodada”, disse Gilda.
O patrão do CTG União Campeira, Rudimar dos Santos, salientou que a entidade está sendo locada com o objetivo de conseguir recursos para manter o CTG. “Se a gente não alugar o CTG pra Igreja, para aniversário, pra casamento, vamos ter que fechar as portas e acabar com as tradições do Rio Grande do Sul. O culto da Igreja foi até às sete da noite. Não podemos colocar acústica no CTG, porque vamos estar fugindo das tradições gaúchas”, salientou o patrão do CTG.
Santos revelou que irá ingressar com uma ação judicial contra a moradora. “A invernada está ensaiando de tênis, porque ela se preocupava com o barulho das botas. Agora teve o culto e ela se preocupou com o culto. Antes de ela morar ali, o CTG já existia a 50 anos. Estou aqui no advogado e vou processar ela. Se o CTG está incomodando, ela que vá morar no mato, que daí ela só vai ver o barulho dos passarinhos”, disse o patrão do CTG.