Desde 2009, as crianças das Vilas Jardim e Luiza têm a possibilidade de aliar o esporte à educação e, através dessa união, criar uma oportunidade de integração à comunidade. O Projeto Semear, desenvolvido pela Associação Beneficente Semear, tem como principal objetivo reunir crianças de 9 a 14 anos, em situação de vulnerabilidade social, para a prática esportiva com a finalidade de formar cidadãos com a ajuda do futsal.
Associação Beneficente Semear
Criada, mantida e administrada por colaboradores do grupo Moretti Basso Advogados e Juriscon, a Associação funciona a partir da ação voluntária de funcionários e amigos do grupo e busca propor melhorias na condição de vida e no convívio social, escolar e familiar das crianças da Vila Jardim e Vila Luiza, bairros onde o projeto se sustenta. A ideia surgiu a partir de um sonho de Itamar Antônio Moretti Basso, advogado, contador e mentor do projeto que, durante muito tempo, trabalhou como voluntário no Abrigo de Idosos Nossa Senhora da Luz. “Trabalhar com idoso te permite dar uma qualidade de vida para fim das vida dele. A criança, por outro lado, carrega isso para toda a vida. Então o meu objetivo era esse: trabalhar com crianças. O Projeto Semear é realizar um sonho também... concretizar algo que eu desejava e ter a oportunidade de devolver um pouco daquilo que ganhei na cidade”, explica.
Para as quadras
Depois de criada a Associação, pouco a pouco, projetos começaram a tomar forma e, hoje, depois de quase seis anos, a Escolinha de Futebol Projeto Semear abrange mais de 60 crianças que, sem a ajuda do projeto, estariam longe das quadras de futsal. “Existe uma carência grande, especialmente nas escolas estaduais, onde os pais não conseguem pagar escolinhas de futebol para os filhos, já que todas têm mensalidade, e os pais não tem como pagar, pois é preciso priorizar outras coisas. Então pensamos em colaborar nesse aspecto”, continua Itamar. Vinculado às escolas Antonino Xavier – nas Vilas atendidas pelo projeto – o Semear disponibiliza um professor contratado, material esportivo e de primeiros socorros, uniformes e, especialmente, apoio psico-social. A única exigência é que as crianças frequentem as aulas e garantam boas notas. Feito isso, é só partir para a quadra: os treinos acontecem nas terças e quintas-feiras, durante o período letivo, no Ginásio da Paróquia São Judas Tadeu, na Vila Luiza.
Gol de placa
Até o momento, o projeto vem dando resultado tanto para quem participa quanto para quem mantém: “Eles participam de campeonatos e com o tempo foram melhorando a performance deles na competição, não pela qualificação técnica, mas por se sentirem parte do processo”, inicia e acrescenta, ainda, que os alunos que, no início se sentiam inferiorizados por participar de campeonatos com escolas com maior estrutura econômica e técnica, começaram a se sentir parte do universo do esporte na cidade. “Agora eles estão integrados e já conseguiram bons resultados: duas equipes conquistaram o segundo lugar e uma equipe o terceiro”, complementa. Para o grupo que percebe essa evolução e ajuda a manter o projeto, o resultado é ainda melhor. “A gente vê que os alunos que participam do projeto tem uma disciplina melhor, acompanham as atividades escolares. Para nos é uma realização muito grande ver a evolução que eles têm e esperamos estar contribuindo para o acesso dessas crianças à cidadania”, conclui Itamar.