Artesanato como fonte de renda e exemplo de sustentabilidade

Na quarta reportagem em alusão ao Mês do Meio Ambiente, o Comunidade em Ação mostrará o trabalho de uma artesã que transforma garrafas pet e retalhos de MDF em lindas peças de artesanato

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Artesã Sandra dos Santos Gonçalves reaproveita materiais recicláveis para fazer artesanatoArtesã Sandra dos Santos Gonçalves reaproveita materiais recicláveis para fazer artesanato
Artesã Sandra dos Santos Gonçalves reaproveita materiais recicláveis para fazer artesanato
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Retalhos de MDF que não tem mais serventia para indústria são transformados objetos de decoração e garrafas pet viram bonecas. Materiais descartados pela população e por indústrias foram durante cinco anos um dos principais responsáveis pela única fonte de renda da artesã Sandra dos Santos Gonçalves, 39 anos, que aprendeu a transformar lixo em peças de artesanato. Baseado na economia solidária, a artesã integra a Associação Gaúcha de Artesãos e Artistas Plásticos de Passo Fundo.

Sandra começou a fazer artesanato há cerca de dez anos, mas nos últimos cinco essa prática ganhou força. “Comecei a cursar Química na Faculdade, mas faltou recursos e tive que parar. A necessidade foi a primeira justificativa para começar a fazer artesanato. Entrei em contato com grupos de apoio e percebi que o artesanato gerava renda e que poderia viver dele, principalmente por ser sustentável. Por cinco anos minha renda era só essa. A renda chegava a R$ 900,00 por mês. Nos tornamos microempreendedor dentro da economia solidária. Como grupo, trabalhamos juntos, arrecadamos materiais juntos”, revelou a artesã.
Materiais recicláveis tornaram-se matéria-prima para o artesanato de Sandra. “A garrafa pet e bonecas velhas, que as pessoas jogam na natureza, utilizo para fazer bonecas novas. Outro material que utilizo é o MDF. Os retalhos desse material, que sobram nas empresas e marcenarias que fazem móveis sob medida, reaproveito para fazer quadros, porta-panelas, entre outros produtos de decoração”, explicou Sandra.

Sandra faz decoupagem em MDF através da técnica da arte francesa, que sobrepõe camadas de gravuras, e a arte 3D. Todo o trabalho é baseado na prática da economia solidária, respeitando a natureza e o ser humano. O valor das peças variam entre R$ 10,00 e R$ 55,00. “A economia solidária visa trabalhar e comercializar o produto, mas sem prejudicar a natureza. É ter renda, mas respeitar o outro o ser humano e o meio ambiente”, explicou a artesã.

A artesã, que também está trabalhando em um emprego temporário para aumentar a renda da família, conta com o apoio do marido e dois filhos, de 5 e 11 anos. “A família toda se envolve. Participamos de feiras e também costumávamos expor na praça, mas como consegui um emprego temporário, estou me dedicando um pouco menos neste momento. Mas conto com o apoio de todos. Faço também artesanato em geral e decoração para quartos de bebê, desde o portafraldas até as cortinas com um preço bem mais em conta”, ressaltou Sandra.

O artesanato sustentável, além de ser um aprendizado e fonte de renda, é um grande exemplo para a artesã. “Esse trabalho também faz com que meus filhos percebam, desde já, a importância da natureza, o crescimento de forma sustentável e o respeito com o ser humano”, declarou.
Os interessados em conhecer o trabalho da artesã devem entrar em contato pelos telefones (54) 9965-0321, 9176-2546 ou 9947-3996.

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