A Escola Municipal de Ensino Fundamental Guaracy Barroso Marinho, localizada no loteamento José Alexandre Zachia, promove, neste mês de outubro, o 1º Campeonato de Xadrez. A oficina de xadrez realizada na escola inspirou a instituição de ensino a realizar o torneio. Cerca de 20 estudantes do quinto ao novo ano se inscreveram no campeonato e a final será nesta quinta-feira (29). Raciocínio lógico, concentração e imaginação são apenas alguns dos benefícios desse jogo de tabuleiro, que contagiou os alunos.
Xeque-mate na falta de ânimo e criatividade. É assim que a professora da escola, Vanessa Hickamnn, mestre em Letras, intitula esta ação desenvolvida na escola. “Os alunos se desenvolvem nas partidas, o que também eleva a autoestima deles. Os estudantes se tornam ainda mais criativos e confiantes. Percebemos que eles se sentem verdadeiramente vitoriosos e levam a prática do xadrez de uma maneira saudável”, revelou a professora.
A prática do xadrez na escola iniciou no mês de maio deste ano, por meio de uma oficina realizada na escola. A ideia surgiu a partir do momento que a professora Vanessa e a diretora da escola, Rejane Inchoste, sentiram a necessidade de oferecer uma atividade que desafiasse os estudantes dos anos finais a frequentarem a escola no turno inverso das aulas. “A ideia não só deu certo, como foi contagiando os estudantes. O grupo se manteve até agora, momento em que acontece o campeonato”, observou Vanessa.
O campeonato teve, no total, vinte inscritos. Os enxadristas (jogadores de xadrez) foram divididos em cinco chaves durante quatro etapas. A primeira eliminatória ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro, quando cada enxadrista jogou, aproximadamente, quatro partidas. No dia 22, os vencedores passaram para a fase das quartas de final e, nesta quinta-feira (29), acontecerão as partidas da semifinal e da final do campeonato. “Para nós, além de ver um entusiasmo nos estudantes, o que nos alegra é perceber que eles estão sempre buscando jogar, até mesmo fora dos horários da oficina. Ao invés de estarem em casa vendo televisão ou na rua, estão na escola jogando xadrez”, enfatizou a professora.
O jogo de tabuleiro está ensinando aos estudantes novas formas de aprender na escola e também que é uma maneira inteligente e divertida de ocupar o tempo. “Estou aprendendo que há formas diferentes de aprender, diferente do que a gente está acostumado na escola, e isso é muito bom. Existem outras formas legais de aprender. O campeonato também significa que não é só ficar no computador e no videogame”, disse o aluno do oitavo ano, Renan Campanholo da Silva, 14 anos.
O torneio não fará apenas uma campeão, porque a vitória será coletiva. “Ao final dessa etapa, os estudantes vencedores do primeiro, do segundo e do terceiro lugar vão receber medalhas e tabuleiros de xadrez como premiação. Embora o campeonato seja dos estudantes, a vitória é nossa também. Só temos motivos para comemorar”, comemora Vanessa. O xadrez também está contribuindo no desempenho escolar. “Eu estou tendo o raciocínio mais rápido, estou melhor nas notas, pensando e ficando mais inteligente”, garantiu o estudante do sétimo ano, Alexandre dos Santos da Costa, 12 anos.
A atividade será mantida na escola após o campeonato. “A oficina vai continuar, ainda mais aberta a novos adeptos, instruídos pela professora e pelos próprios enxadristas formados na primeira turma. Para a escola, o que importa é o esforço pessoal de cada um, a busca por novos desafios e, além do xeque-mate ao rei, queremos dar um xeque-mate na falta de motivação e de criatividade”, declarou a professora.
O xadrez
Praticado há séculos, aproximadamente desde o século V, esse esporte vem conquistando adeptos no mundo todo. E ainda que possa ser considerado antigo, suas possibilidades de estratégias e jogadas tornam o prestígio pelo jogo sempre atual. Prova disso são os sites acessados pelos amantes do xadrez que jogam com adversários do mundo todo, além do próprio computador. “O xadrez é um esporte envolvente e sua aprendizagem ocorre por meio da integração de diversas áreas do conhecimento humano, sejam elas matemática, história, geografia, língua e linguagem específica do jogo, artes. O tabuleiro (plano cartesiano) exige que o estudante desenvolva uma visão ampla e específica, para que haja um domínio sobre a partida”, contextualizou a professora.
Além disso, as peças representam exércitos formados de acordo com os principais elementos presentes na Era Medieval. Para uma compreensão do jogo e de sua importância na história da humanidade, também é fundamental que o estudante conheça aspectos da origem desse jogo milenar e das regiões por onde ele se disseminou. “Para se tornar um bom enxadrista, além de espírito aventureiro e bastante interesse, são necessários o conhecimento dos movimentos das peças e as estratégias técnicas possíveis ao jogo. O aluno aprende movimentos como o roque, o xeque, o xeque-mate. Por isso, a presença de um instrutor e de bons adversários durante as partidas também são importantes para aprimorar ainda mais os saberes enxadrísticos”, explicou Vanessa.