Em busca da valorização do patrimônio local, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Wolmar Salton, localizada no loteamento Copacabana, participou do projeto Rede de Memórias da UPF, e desenvolveu uma série de atividades e trabalhos buscando resgatar a história local. Os estudantes, orientados pelos professores, produziram trabalhos sobre as memórias da escola e das ruas do bairro, sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs) existentes na comunidade, pesquisaram sobre as religiões, entre outras atividades. A iniciativa culminou com um livro de causos e painel fotográfico.
“Pedagogia de projetos e patrimônio” foi um dos temas da 4ª Temporada do Programa Momento Patrimônio, exibido na UPF TV. Durante o programa, que foi ao ar no mês de junho deste ano, foi mostrado todo o trabalho da Escola Wolmar Salton na busca pelo resgate da identidade e história local, envolvendo professores de diversas disciplinas e os estudantes. Um dos trabalhos realizados abordou a questão das Áreas de Preservação Permanente (APPs) do loteamento Copacabana. Os alunos dos sextos anos pesquisaram o tema e conheceram na prática as áreas existentes na comunidade. “O objetivo foi realizar um trabalho que tivesse proximidade com a realidade dos alunos. Na disciplina de Ciências, trabalhamos a questão da preservação do meio ambiente e mostramos para os alunos o que é uma Área de Preservação Permanente. Eles pesquisaram na Internet e em livros didáticos e fomos conhecer estas áreas. Trabalhamos as questões das leis, dos órgãos fiscalizadores e das punições para quem danifica estas áreas”, revelou a professor de Ciências, Nisiane Telles.
Uma das APPs localizada no bairro chamou a atenção da aluna Maria Carolina Scipioni. “Não sabia que aqui era uma Área de Preservação Permanente. Fiquei sabendo através do projeto. Esta área antigamente era uma olaria, onde eles tiravam barro para fazer tijolos. A olaria foi desativada. Se ela não tivesse sido fechada hoje não teríamos natureza aqui”, destacou a estudante.
Outra atividade desenvolvida foi resgatar, por meio dos livros registros da escola, os ex- alunos que estudaram na Instituição. “Os estudantes dos oitavos anos pesquisaram quantos alunos estudaram nas escola desde a fundação, em 1960. Os dados foram transformados em tabelas, gráficos e depois foram analisados. Eles se empenharam e gostaram de fazer esta pesquisa”, disse a professora de Matemática, Juliana Camargo. Além de conhecimento, os estudantes ficaram surpresos com as descobertas. “Pesquisamos nos registros das escolas os alunos que estudaram aqui no passado. Achei o nome da minha vó, que estudou na escola no primeiro ano”, ressaltou o aluno Arthur Barbosa.
O trabalho de resgate da identidade e da história não parou por aí. Os alunos das séries iniciais trabalharam com fotos antigas das ruas e dos moradores. “Fizemos um trabalho com fotos das antigas e de como elas estão agora”, contou a professora das séries iniciais, Fabiana Pires.
A diversidade religiosa também foi tema do projeto. “Este trabalho envolveu os estudantes dos quintos anos. Estudamos as religiões do mundo e, posteriormente, pesquisamos para saber quais as religiões dos nossos alunos. Foram os próprios estudantes das escolas que apresentaram para os colegas as suas religiões revelando os ritos e crenças de cada uma delas”, observou a professora de ensino religioso, Adriana Canalli.
O trabalho envolveu os integrantes da escola e também a comunidade. “Resgatamos toda a cultura e história da comunidade. No dia da apresentação dos trabalhos, muitos pais e avós se reencontraram nas fotos. A escola sempre foi um ponto de referência para os moradores. Além de fazer os alunos resgatarem a história da escola, conseguimos desafiá-los sobre qual o patrimônio que eles estão construindo e deixarão para as próximas gerações”, declarou a coordenadora pedagógica da escola, Gislene Garcia.
Projeto resgatou elementos de identidade
A educação patrimonial faz com que elementos próximos sejam reconhecidos pelos alunos. A Escola Wolmar Salton há alguns anos implantou uma metodologia de trabalho através da pedagogia de projetos. “Escolhemos um tema e as disciplinas se organizam para trabalhar os seus conteúdos baseados no tema. Neste ano, por meio do Rede de Memórias, trabalhamos o patrimônio da comunidade. A pedagogia de projeto é um trabalho que dá vida aos conteúdos na escola”, explicou a coordenadora pedagógica da escola.
De acordo com o professor da UPF, Cláudio Dalbosco, que também participou do programa Momento Patrimônio, este método é muito eficaz. “O aluno aprende melhor se tiver espaço para fazer a sua própria experiência. O projeto desempenhado na escola permitiu um vínculo da geração atual com a passada recuperando a história e a cultura proporcionando um enorme ganho pedagógico”, enfatizou Dalbosco.
Momento Patrimônio nas páginas de ON
A 4ª temporada do Programa Momento Patrimônio, exibida pela UPF TV, apresentou durante o ano de 2015 programas com aspectos históricos e patrimoniais de seis comunidades passo-fundenses. O tema desta temporada foi “Rede de Memórias” e envolveu seis escolas municipais de ensino fundamental: Urbano Ribas, Wolmar Salton, Padre Anchieta, São Luiz Gonzaga, Frederico Ferri e Dyógenes Martins Pinto. A série de reportagens pode ser conferida todas as terças-feiras até o dia 15 de dezembro no Comunidade em Ação do Jornal O Nacional. O Programa Momento Patrimônio é vinculado ao Centro de Cultura, Comunicação e Patrimônio da UPF e é coordenado pelo curso de História da Universidade de Passo Fundo (UPF).