O projeto de educação patrimonial desenvolvido pelos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Anchieta durante o projeto Rede de Memórias da UPF abordou temáticas envolvendo o resgate histórico e de identidade do loteamento Jerônimo Coelho através da religiosidade e tradições. Os estudantes pesquisaram e realizaram trabalhos sobre o Instituto Marcelino Champagnat, o Cemitério dos Ribeiros e a lenda da pedra do Parque dos Viajantes.
Os alunos da escola realizaram maquetes, painéis e textos. “Os temas do projeto foram sugeridos pelos próprios alunos. As atividades integraram várias disciplinas, como Língua Portuguesa, História, Ensino Religioso e a própria Geografia”, ressaltou a professora da escola Padre Anchieta, Neusa Rebecchi.
Foram realizadas visitas nos locais pesquisados para conhecer a história e poder representá-la forma gráfica. Na disciplina de Língua Portuguesa foram construídos textos e as disciplinas de Ensino Religioso e História ficaram com o desenvolvimento da pesquisa dos locais. A iniciativa foi uma oportunidade para que os alunos conhecessem e resgatassem aquilo que foi importante no passado e que faz parte da identidade da comunidade”, salientou a professora.
Religiosidade e tradição também são considerados patrimônios de uma comunidade. “Observamos o quanto a religiosidade se torna importante para uma comunidade. Muito mais do que abstrair o homem da realidade, a religião tem uma dimensão de ajudar a entender uma comunidade e de ajudar a viver essa realidade. Religiosidade é um patrimônio cultural e a tradição é tão importante quanto o patrimônio”, observou o professor da UPF, Frederico dos Santos. O professor argumentou ainda que patrimônio não é apenas aquilo que é designado pelas autoridades. “A identidade de um espaço não é demarcada por um mapa geográfico ou por um poder municipal. É muito mais do que isso. As comunidades conseguem se apropriar desses espaços e isso confere identidade para elas”, reitera Frederico.
Instituto Champagnat
Um dos locais pesquisados pelos estudantes foi o Instituto Marcelino Champagnat, que é uma referência para a comunidade. A construção do Instituto foi concluída em 1958. “Nesse período de tempo funcionou como casa de formação e também como centro social. As pessoas que aqui moram são pessoas que se preparam para ser irmãos Maristas e entre as atividades está o trabalho nos bairros Jardim América, Nossa Senhora Aparecida e, principalmente, na escola da vila Jerônimo Coelho. Lá os irmãos atendem as crianças, as catequistas e fazem o trabalho de preparação aos sacramentos da vida cristã”, explicou o Irmão Paulo, da Congregação Marista. A religião tem uma influência forte na construção da identidade do bairro. “A religião católica não possuía centros de encontro. As celebrações de batizado, casamento, aconteciam nesse espaço. Era onde as pessoas tinham a oportunidade de se encontrar e contribuiu para as pessoas cultivarem a religiosidade do bairro”, enfatizou a professora Neusa.
Cemitério dos Ribeiros
Apesar do Cemitério dos Ribeiros não pertencer mais ao loteamento Jerônimo Coelho, ele também é referência na história desta comunidade. De acordo com a professora de História e Filosofia da escola, Vera Lúcia Dalbosco, o cemitério foi uma possibilidade de o aluno pesquisar elementos históricos por meio dos túmulos, dos quadros e das fotos de época. “O Cemitério dos Ribeiros foi doado por pessoas que moravam neste bairro, que é a família dos Ribeiros. Então, promovemos um encontro com os descendentes dos Ribeiros para que eles pudessem contar um pouco dessa história”, revelou Vera.