Em junho de 2015, Alessandra Hoppen, Nathália Gregoski e Tamara Rigo, prendas juvenis, se conheceram em meio a 46ª Ciranda Cultural de Prendas da 7ª Região Tradicionalista, composta por 41 municípios da região norte do Estado. Depois de dois dias de avaliações e testes de conhecimentos gerais e específicos, o concurso chegou ao fim e consagrou Alessandra, Nathália e Tamara como 1ª, 2ª e 3ª Prendas Juvenis, representantes da 7ª RT. Ali, nasceu a amizade de três meninas que, ainda que morem em cidades diferentes, compartilham não apenas a tradição e o título, mas suas histórias e conquistas. Com a chegada do momento em que devem passar a faixa adiante, as prendas decidiram marcar a gestão – e a amizade que nasceu com ela – de alguma forma e escolheram a solidariedade como caminho: ação inédita no Rio Grande do Sul, as três optaram por cortar e doar os cabelos; ao todo foram mais de 90 centímetros cortados que serão encaminhados ao Hospital Santo Antônio (Hospital da Criança) de Porto Alegre. A ação foi acompanhada pela Diretora do Departamento Cultural da 7ªRT, Luiza Picoli Monteiro, e pela Coordenadora da 7ª RT Gilda Galeazzi.
Amizade que constrói
Enquanto grande parte dos concursos acontece acompanhada da rivalidade e da competição, o cenário foi diferente para Alessandra, Nathália e Tamara. “Muita gente fala que um concurso é só competição, rivalidade. Não é. O tradicionalismo proporcionou que a nossa amizade surgisse e sabemos que a nossa união vai aumentar com esse ato porque estamos fazendo o bem”, comenta Nathália, a única que mora em Passo Fundo. Alessandra, de Carazinho, e Tamara, de Santo Antônio do Palma, não veem a distância como barreira ou dificuldade para o encontro das três. “Eu percebo que a amizade com elas está mais forte que amizades mais antigas. Todo mundo acha até estranha a nossa união, porque é algo que não existe em outras gestões. Como cada uma mora em uma cidade, a gente se visita. Nos vemos principalmente nos eventos, mas quando eles não acontecem, nós nos juntamos, uma visita a outra, marcamos de fazer algo”, coloca Tamara.
Atitude pelo bem
A proposta de doar o cabelo, ainda que pareça simples, é significativa. “Quando todas nós recebemos a faixa, no início da gestão, percebemos que havia um laço da amizade entre nós três. Decidimos que, no fim dessa gestão, iríamos fazer um ato que comprometesse a nossa união e, também, para ajudar as pessoas. Por isso decidimos que doar o cabelo seria uma ideia”, explica Alessandra. Para a 2ª Prenda, Nathália, a doação é um motivo a mais para fortalecer a amizade. “É necessário que, nos dias de hoje, que vivemos em uma sociedade tão individualista, existam simples atos que possam mudar a vida de muita gente. A gente se sente bem por estar fazendo algo que vai dar felicidade para outra pessoa. Nossa ideia é que isso fortaleça a nossa amizade que surgiu a partir do concurso”, acrescenta.
Doação e tradicionalismo
A atitude das prendas vai ao encontro do que diz a Carta de princípios do Movimento Tradicionalista Gaúcho. “Um dos nossos objetivos é cumprir com o primeiro item da nossa Carta que é auxiliar o Estado na solução dos seus problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo. Com essa ação, conseguimos seguir esse documento, que é o norte do MTG. Esse ato é uma demonstração que a juventude também cumpre com essa carta. Nosso objetivo é deixar uma marca desta união”, conclui Tamara.